postado em 15/05/2010 08:25
Uma nova suspeita de caso de mormo ; uma grave enfermidade infectocontagiosa que atinge os equídeos: cavalos, burros e mulas ; foi diagnosticada no Distrito Federal. Se fosse confirmado, o caso seria o segundo registro da doença na capital. O diagnóstico, no entanto, não será concluído já que o animal sofria de anemia infeciosa, o que, segundo a normatização do Ministério da Agricultura, exigiu que ele fosse sacrificado. A morte do animal ocorreu antes que um segundo teste fosse realizado para comprovar a infecção por mormo, patologia que pode ser transmitida ao homem.O caso foi registrado na última quarta-feira em Brazlândia e atingiu um burro de 16 anos chamado Castelo. O animal pertencia ao presidente da Associação de Carroceiros de Brazlândia (Astral), Hélio Simões de Sá, que comprou o animal em uma fazenda em Monte Alto ; distrito de Padre Bernardo, localizado na divisa de Goiás ; quando o equídeo tinha apenas seis anos. Castelo foi recolhido pela Secretaria de Agricultura do DF na própria quarta-feira pela manhã, quando foi constatada a anemia. Mesmo ainda sem ter o resultado do exame de mormo em mãos, Hélio afirmou que avisou sobre a confirmação da doença, por telefone, e que comunicou o fato ao responsável do órgão do governo no momento do recolhimento. ;Avisei quando ela veio aqui e depois repassei os papéis. Ela inclusive disse que, se eu apresentar algum sintoma estranho, devo avisar;, diz Hélio.
Segundo o diretor de Defesa e Vigilância Sanitária da Secretaria de Agricultura do DF (Seapa), Lucílio Antônio Ribeiro, o primeiro exame positivo no teste de fixação de complemento não pode ser considerado um novo caso da doença. A confirmação é feita por meio de uma segunda análise, chamada teste de maleína. Ele afirmou que a Secretaria vai realizar na comunidade de carroceiros do DF testes para avaliar a possibilidade de novos casos da doença.
Ainda de acordo com Lucílio, a decisão de sacrificar o animal , o que acabou impossibilitando a comprovação da doença, foi tomada diante da outra enfermidade que acometeu Castelo, a anemia infecciosa. ;Não justificaria mantermos um animal com anemia vivo só para comprovarmos se ele estava ou não com mormo, até mesmo porque a anemia é transmitida de uma maneira mais rápida, por meio de um mosquito vetor;, explica.
De acordo o dono do animal, o burro Castelo nunca teve qualquer contato com Mocinha. O proprietário fez os exames porque pretendia participar de uma cavalgada no próximo mês e, para o trânsito do animal entre estados, o teste é obrigatório. O procedimento foi adotado desde que o primeiro caso da doença foi registrado no DF, em 23 de abril. ;Os exames dos demais animais que conviviam com Castelo na mesma baia, por sua vez, deram negativo para mormo. Apenas um outro burro também apresentou o quadro de anemia e foi recolhido para o sacrifício. De acordo com informações da assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura, na necropsia do animal não foram encontradas lesões no sistema respiratório, o que é comum em casos da doença. Nenhum representante do Ministério quis se pronunciar sobre o caso.