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PT abre mão do Senado em outubro

Em encontro realizado ontem, partido decidiu abrir espaço para as candidaturas de Rollemberg e Cristovam na chapa que terá Agnelo para o GDF. Petistas deixam portas abertas ao PMDB

postado em 16/05/2010 08:57
Rollemberg: deputado do PSB ganha vaga do petista Geraldo MagelaA intenção de retomar o Governo do Distrito Federal motivou a direção do PT local a rever suas estratégias de alianças para as eleições de outubro. O partido, que caminhava com planos de indicar o candidato ao governo e um dos dois nomes que disputarão o Senado, decidiu, em encontro regional de dirigentes realizado ontem, abrir mão do cargo majoritário em prol de uma composição mais ampla com legendas parceiras. A resolução criou a oportunidade para o PSB lançar o deputado federal Rodrigo Rollemberg ao cargo de senador e reforçou a possibilidade de o senador Cristovam Buarque (PDT) disputar a reeleição na chapa de esquerda, liderada pelo PT.

A parceria com o PMDB, que sem nunca ter existido de fato já passou por idas e vindas, foi outro ponto alto do encontro de lideranças do PT, ocorrido no auditório da Legião da Boa Vontade (LBV). Os petistas do DF resolveram seguir a recomendação da direção nacional do partido de não fechar as portas para os peemedebistas, principais aliados da candidatura de Dilma Rousseff à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em texto elaborado por integrantes do partido e aprovado pelos delegados da legenda no início da noite de ontem por ampla maioria, a orientação é no sentido de ampliar o leque de apoiadores. ;A política de alianças para o DF envolve o mesmo arco de partidos do governo Lula e da candidatura Dilma;, diz o texto. Ao mesmo tempo em que o documento permite a dobradinha com o PMDB, faz ressalvas sobre a participação da turma envolvida com a Caixa de Pandora. ;Não haverá concessões no campo ético para os integrantes de partidos envolvidos com os escândalos desnudados na nossa cidade;, reforça o documento. O deputado Chico Leite ainda defendeu que políticos com condenação criminal ou por improbidade administrativa em primeira instância não pudessem se tornar candidatos.

Ao abraçar a candidatura de Rollemberg para o Senado, o PT alijou da disputa ao cargo majoritário o petista Geraldo Magela, a quem resta agora a opção de concorrer à reeleição na Câmara dos Deputados. Até o último instante, Magela resistiu em ceder o espaço para Rollemberg. Ele se submeteu à votação dos dirigentes e perdeu. No discurso de abertura do Congresso, Magela chegou a rifar Cristovam, ao defender que ele e Rollemberg fossem os candidatos ao Senado. A proposta, no entanto, não encontrou eco entre a maioria dos dirigentes. Esta foi a segunda derrota de Magela, que em abril perdeu, nas prévias internas do partido, a disputa com Agnelo Queiroz pela condição de candidato ao governo do DF em outubro.

Ato falhoDutra (D), presidente nacional do PT: defesa da aliança com o PMDB
E se Magela não fez lá tanta questão de Cristovam, mesmo tratamento não pode ser cobrado do presidente do PT regional, Roberto Policarpo. Ele é um dos favoráveis a uma aliança com o PDT e chegou a cometer um ato falho durante seu discurso de apresentação do candidato ao governo ;Cristo; quer dizer, Agnelo Queiroz;. A troca incomodou a plateia, que reagiu mal ao engano.

Já a participação do presidente do PT nacional, José Eduardo Dutra, no encontro regional reanimou a fatia do partido local a favor de uma coligação mais robusta para outubro. Dutra defendeu uma aliança não excludente. ;Não se pode fechar as portas para nenhum partido, porque senão, corremos o risco de facilitar uma situação que hoje não existe no DF, a de um palanque para José Serra (candidato pelo PSDB à Presidência da República);, considerou o presidente nacional da sigla.

A predisposição do PT em rever política de alianças pode ser o primeiro passo para uma retomada das conversas com o PMDB. Segundo avalia Tadeu Filippelli, que preside os peemedebistas no DF, ;o PT começa a resgatar a posição de maturidade que teve no início do projeto, permitindo uma reabertura de interlocução;. Um dos motivos que pode ter contribuído para o choque de realidade no PT é o fato de Joaquim Roriz (PSC) ter conseguido confirmar o apoio do PR, movimentação considerada ruim num cenário em que o principal objetivo é esvaziar a candidatura do ex-governador.

"A política de alianças para o DF envolve o mesmo arco de partidos do governo Lula e da candidatura Dilma"
Trecho do documento aprovado ontem pelos dirigentes do PT no DF

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