postado em 20/05/2010 08:24
O racha entre os democratas da Câmara Legislativa extrapolou os limites das reuniões do partido. A falta de sintonia entre os colegas de legenda foi motivo de bate-boca no plenário da Casa. Nessa quarta-feira (19/5), o distrital Raad Massouh subiu à tribuna para reclamar da perda da Presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ; a principal comissão permanente da Casa ; para o colega de sigla Paulo Roriz, líder do DEM na Câmara. O memorando com a substituição do parlamentar foi assinado por Roriz e Eliana Pedrosa. Eles justificaram que a indicação à vaga é do partido, e não do deputado.Descontente com a decisão de que tomou conhecimento pelo Diário Oficial da Câmara, Raad protocolou requerimento na Procuradoria-Geral da Câmara questionando a legitimidade da substituição. O distrital quer saber se os colegas de legenda respeitaram o previsto no regimento interno(1) da Casa. Paulo Roriz afirmou que se baseou na regra para retirar a presidência das mãos de Raad. ;A vaga da presidência é do Democratas. Dificilmente nosso partido teria usado essa prerrogativa se nosso bloco tivesse total confiança na postura partidária do Raad. Teremos convicção de que agora o Raad vai entender que o mandato dele é do partido;, explicou Roriz.
Raad disse que está sendo perseguido pelos colegas de sigla. ;Tomaram uma decisão sem ao menos terem me comunicado, só porque não faço parte do bloco;, disse, em referência à recente composição independente de seis distritais, entre eles Eliana Pedrosa e Paulo Roriz. Ao saber do bloco, Raad deixou claro que não se posicionaria contra o governo de Rogério Rosso antes de dar oportunidade de ;deixá-lo trabalhar.;
O prêmio de consolação a Raad, que disse sofrer retaliação dos colegas, foi ficar com a Presidência da Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo ; segmento com força política muito inferior à CCJ. Todas as propostas precisam passar pela CCJ, e ter no comando um presidente de oposição velada pode atrapalhar o trânsito de projetos do governo.
CPI
Mais uma vez, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Codeplan não teve quorum para dar prosseguimento à pauta. A eleição do presidente e do vice-presidente está sendo tratada com descaso há mais de um mês. Não há como fazer o pleito sem, ao menos, a presença de três integrantes. E nas duas últimas reuniões isso se tornou tarefa difícil. Ontem, estiveram presentes apenas o relator Paulo Tadeu (PT) e Batista das Cooperativas (PRP). Aguinaldo de Jesus (PRB), Raimundo Ribeiro (PDSB) e Cristiano Araújo (PTB) faltaram à sessão.
Tadeu fez um resumo dos trabalhos realizados até o momento e mostrou como foram elaboradas as 41 oitivas escritas. Os depoentes, entre eles José Roberto Arruda, Paulo Octavio e Joaquim Roriz, terão até 31 deste mês para responder à comissão. Ao todo, foram elaboradas 1.116 perguntas. Os questionários começaram a ser entregues na última segunda-feira.
Hoje, às 15h, será debatido em plenário, por uma comissão geral, o novo projeto de lei do governo que introduz mudanças no Passe Livre.
1 - Regras da Casa
Segundo o inciso 2 do Artigo 32, o líder pode indicar à Mesa Diretora os membros da bancada para que componham comissões de qualquer natureza e, a qualquer tempo, substituí-los.