Cidades

Descartado novo caso de dengue

postado em 21/05/2010 08:00
Com dores no corpo e sentindo enjoo, a doméstica Inês Braga, 40 anos, foi diagnosticada com dengueA Secretaria de Saúde descartou o diagnóstico de dengue como causa da morte de Glória Maria Rosa Espíndola, 54 anos, moradora do Itapoã. ;Pode ser tudo, menos dengue. Quem tem doença hepática, como era o caso dela, fica mais vulnerável a hemorragias;, explica o subsecretário de Vigilância à Saúde, Allan Kardec. A equipe técnica do órgão fez uma análise completa do caso e, ontem à tarde, descartou a possibilidade de contágio pela doença. Um laudo mais detalhado, já solicitado pela família, esclarecerá a real causa da morte. Como o Correio noticiou ontem, Glória Maria Espíndola sofria de problemas hepáticos e foi submetida a uma cirurgia para a retirada da vesícula. Dois dias após receber alta, sentiu-se mal, foi novamente internada e não resistiu. Na certidão de óbito consta que as causas da morte foram uma hemorragia difusa e dengue hemorrágica. ;Certidão de óbito é a provável causa, não uma certeza;, afirma Kardec.

;A equipe médica fecha a certidão a partir dos sinais e dos sintomas, mas a decisão é tomada mesmo com base na análise epidemiológica, que leva em conta os aspectos clínicos, os exames laboratoriais, o histórico de doenças e o ambiente em que a pessoa vivia;, detalha o promotor da Promotoria de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida), Diaulas Ribeiro. Segundo ele, sempre que se confirma que a morte foi motivada por outra razão, a Secretaria de Saúde pode alterar a certidão de óbito. ;Esse procedimento é muito comum;, revela.

Na rua em que ela vivia, os moradores parecem seguir à risca as medidas para manter o mosquito longe. O viúvo de Glória Maria, João Batista Carneiro dos Santos, 42 anos, mantinha a caixa d;água coberta e limpava o reservatório a cada 15 dias. ;Até a água do cachorro e das galinhas nós trocávamos diariamente;, explica. Ninguém no local informa ter sido contaminado pela doença.

Itapõa
No Hospital Regional do Paranoá, a empregada doméstica Inês Braga, 40 anos, recebeu o diagnóstico de dengue. Há três dias, ela sente febre alta, dor no corpo e enjoos. E não é a única. Um vizinho que vive na mesma quadra, em Itapoã, esteve internado na semana passada por causa da doença. ;E, lá dentro, ouvi muita gente com os mesmos sintomas que eu;, relata. Uma delas é a também doméstica Maria Loreci Ladislau, 31 anos. Com dor nos ossos, nas articulações, nos olhos e na cabeça, ela aguardava a vez para consultar um médico. A paciente acredita que o foco seja o quintal imundo de um vizinho e afirma que no bairro em que vive, o Fazendinha, ainda há muitos casos da doença. ;Duas moradoras da minha rua tiveram dengue na semana passada. Uma chegou a ser internada;, assegura.

;Continuamos com muita preocupação em todas as cidades;, garante o diretor de Vigilância Ambiental, Laurício Monteiro Cruz. Atualmente, o órgão trabalha no levantamento do índice de infestação pelo mosquito e a previsão é que o estudo fique pronto em um mês. As regiões do Distrito Federal que mais recebem atenção são Planaltina, Vila Planalto, São Sebastião, Paranoá e Itapoã.

O número
596

Número de casos confirmados de dengue no Itapoã, de janeiro até o momento

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