Cidades

Quatro novos casos suspeitos de mormo preocupam o DF

postado em 21/05/2010 08:05
Quatro novos casos suspeitos de mormo ; uma grave enfermidade infectocontagiosa que atinge os equídeos: cavalos, burros e mulas ; redobraram a atenção dos órgãos de saúde no Distrito Federal. Os casos foram registrados no curral da Associação de Carroceiros em Brazlândia (Astral). Os animais infectados são quatro mulas que tiveram contato com o burro Castelo ; sacrificado no último dia 14 devido à anemia infecciosa ; e apresentaram resultado positivo no primeiro teste que detecta o mormo. Castelo também apresentou resultado positivo no primeiro teste para a doença, mas como estava com outra enfermidade grave, teve que ser morto antes da contraprova. O primeiro caso de mormo no DF foi registrado em Mocinha, uma égua sacrificada no último mês em Sobradinho.

A infecção pode ser transmitida ao homem e, em 95% dos casos, é fatal. Segundo o subsecretário de Defesa e Vigilância Sanitária da Secretaria de Agricultura do DF, Lucas Orrú, o primeiro exame positivo no teste de fixação de complemento não pode ser considerado um novo caso da doença. A confirmação é feita por meio de um segundo exame, chamado teste de maleína (leia Para saber mais), ao qual as mulas ainda não foram submetidas. ;É uma espécie de triagem, sendo natural que apareçam casos que não necessariamente vão se confirmar;, afirmou Orrú. Ao todo, foram feitos exames em 19 animais que mantiveram contato com Castelo ; em 14 casos, a doença foi descartada e um dos testes não foi conclusivo e precisará ser repetido.

A Secretaria esteve no curral e instalou chips nos animais suspeitos para controle. Ainda de acordo com o subsecretário, as informações foram passadas para os donos dos equinos com o objetivo de evitar uma possível disseminação da doença. ;Os animais estão isolados cada um em sua baia. Também pedimos que eles mantenham os cuidados de higiene e que não tenham contato físico com os suspeitos;, disse Orrú. Os testes de maleína devem ser realizados nos animais na próxima semana. Um dos quatro novos possíveis casos é o de uma mula, de propriedade do mesmo dono de Castelo, o presidente da Astral, Hélio Simões de Sá. ;Não queria perder mais um animal;, disse.


Para saber mais
Exames complexos

O teste de fixação de complemento, primeira etapa na indicação de contaminação por mormo, é uma sorologia realizada para detectar anticorpos fixadores do complemento. Suas principais vantagens são as de não necessitar da aplicação de substâncias químicas nos animais. Por isso, permite a realização de um grande número de amostras simultaneamente, com a obtenção dos resultados em 24 horas. No entanto, resultados imprecisos podem ocorrer.

Já o teste da maleína, segundo exame para a confirmação do mormo, é realizado por meio da aplicação 0,1ml dessa substância na pálpebra inferior de um dos olhos do animal e o procedimento de leitura é feito 48 horas após a aplicação. Os animais que apresentam reação inflamatória da pálpebra são considerados infectados. Já os equinos que não manifestam reação devem, obrigatoriamente, ser retestados em um prazo de 45 a 60 dias após a primeira maleinização. Se novamente não houver reação, o animal é considerado livre do mormo. Ambos os testes são recomendados pela Portaria n; 27, de 2003, do Ministério da Saúde, para diagnosticar e controlar os registros da doença em todo o país.

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