Cidades

Relatório livra polícia pelo suicídio de maníaco que confessou matar seis jovens

Naira Trindade
postado em 02/06/2010 09:27
Sete dias depois de confessar os assassinatos, o pedreiro se matouA Polícia Civil de Goiás não agiu com negligência ao não conseguir impedir que o pedreiro Ademar de Jesus Silva, 40 anos, cometesse suicídio dentro do presídio mais seguro do estado durante as investigações sobre o desaparecimento de sete adolescentes em Luziânia, município goiano distante 66km de Brasília. A conclusão é da Corregedoria da Polícia Civil, que divulgou ontem um relatório sobre o caso. O inquérito será encaminhado ao Poder Judiciário para arquivamento nos próximos dias sem que nenhum policial responsável por garantir a segurança do preso seja indiciado. ;Não houve negligência nem interferência de terceiros. A sindicância concluiu que não houve participação de pessoas estranhas no fato e os laudos não comprovam falta disciplinar;, pontuou o corregedor Sidney Costa e Souza.

As investigações da corregedoria começaram após o assassino confesso de seis dos sete adolescentes mortos em Luziânia ser encontrado enforcado numa cela da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), no complexo da Polícia Civil em Goiânia (GO). Ademar foi transferido para a capital sob a alegação de que lá estaria mais seguro. Uma semana depois de ser preso, no entanto, sozinho na cela, o pedreiro se matou usando uma corda trançada pelo tecido que envolvia o colchonete em que ele dormia. Ademar o usou um rodo para amarrar a corda ao chuveiro e morreu minutos depois de almoçar, sem fazer qualquer barulho que chamasse a atenção.

O resultado dos exames elaborados pelo Instituto de Medicina Legal, divulgados com exclusividade pelo Correio na semana passada, já haviam confirmado que Ademar morreu por asfixia provocada por enforcamento. A sindicância ouviu 15 pessoas nos 42 dias de apuração. ;Foram realizados exames toxicológicos para ver se houve algum tipo de envenenamento que pudesse provocar a morte dele. Mas todos deram negativo;, detalhou o corregedor.

Sidney Costa tentou justificar a falta de estrutura da Polícia Civil goiana. ;Dentro da cela, deveria ter um policial fazendo vigilância durante 24 horas, mas não temos condições de fazer isso. Às vezes, não temos profissionais nem para transportar um preso que está passando mal na cela, imagine um agente para vigiar um preso durante todo o dia.;

O número
42 dias - Tempo que durou a investigação da Corregedoria da Polícia Civil de Goiás sobre a morte de Ademar de Jesus Silva

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