postado em 10/06/2010 08:35
A suspensão da recarga dos cartões do passe livre deve persistir até a semana que vem. As propostas enviadas à Câmara Legislativa na última terça-feira, pelo GDF, na tentativa de solucionar os problemas da concessão do benefício, só serão votadas a partir da próxima quarta-feira. Os projetos de alteração da lei em vigor e da liberação do crédito de R$ 20 milhões à Fácil desagradaram a maioria dos distritais, inclusive o líder do governo na Casa, Aguinaldo de Jesus (PRB). A insistência em manter um limitador social como critério para conceder a gratuidade no transporte público aos estudantes das escolas privadas e a proposta de retirar de emendas parlamentares o dinheiro para subsidiar o serviço foram duramente criticados em plenário.A deputada Eliana Pedrosa (DEM) disse que o governo até hoje tenta maquiar um aumento na margem de lucro dado aos empresários do setor culpando o passe livre. ;O limitador social deve ser a última opção;, disse. A democrata reuniu-se ontem com técnicos da Fácil e concluiu que o cálculo feito para determinar o valor a ser gasto com o benefício está errado, pois leva em conta um cadastro que inclui cerca de 45 mil alunos que não estão utilizando o benefício. Além disso, o GDF repassa à Fácil o valor integral das passagens. Antes, o percentual pago era de dois terços das tarifas. ;Por isso a conta não fecha. O custo do serviço é de R$ 4 milhões mensais, mas, hoje, gira em torno de R$ 18 milhões. A planilha de custos da Fácil está errada;, afirmou Eliana.
O líder do PT, Paulo Tadeu, defendeu que o passe livre seja direito de todos os estudantes, independentemente da renda familiar. Ele disse que só votará os projetos depois que o governo mostrar à sociedade o resultado da auditoria feita na Fácil. Mesmo assim, o petista vai propor mudanças nas propostas. ;O projeto que altera a lei vigente não atinge um ponto principal: a duplicidade do pagamento aos empresários;, pontuou. O petebista Cristiano Araújo se posicionou contra a retirada de dinheiro de emendas parlamentares para normalizar as recargas do benefício.
Aguinaldo de Jesus também fez críticas aos projetos que, segundo ele, chegaram à Casa ;de um jeito diferente do que foi combinado;. Ele disse que o pagamento pós-pago à Fácil (o dinheiro das recargas seria debitado após a comprovação da utilização do crédito) não funcionará. ;O projeto está errado. Só será aprovado com um substitutivo;, salientando que o governador Rogério Rosso terá que pessoalmente convencer os distritais a aprovarem as propostas.