Cidades

Governador está no páreo da disputa eleitoral

Rogério Rosso divide o PMDB ao defender que a sigla lidere uma chapa ao GDF. Ele mesmo pensa em se manter no cargo

postado em 11/06/2010 08:01
Um personagem faltou à sessão de fotos para celebrar a dobradinha entre Agnelo Queiroz (PT) e Tadeu Filippelli (PMDB) na manhã de ontem. O governador Rogério Rosso (PMDB) não participou do evento no Hotel Nacional. A ausência do governador é emblemática. Em contraponto a Filippelli, Rosso tornou-se o representante de uma ala do partido que não aceita a aliança com o PT. Escolhido para chefiar o GDF até dezembro por meio de uma eleição indireta ocorrida em abril, o peemedebista é defensor de uma candidatura própria. A divergência promete dividir o PMDB até as eleições.

Eleito indiretamente, Rosso não aceita a aliança de seu partido com o PTNa briga interna, Filippelli tem a maioria do partido e o apoio do comando nacional. Mas Rosso, em contrapeso, pilota por mais sete meses a poderosa máquina governamental. A disputa pode se refletir na formação de mais um grupo de olho no Buriti. Nesta semana, o governador-tampão admitiu pela primeira vez ao Correio que está no páreo da disputa eleitoral.

Rosso acha que o PMDB tem quadros para liderar a chapa em outubro. E não aprovou a iniciativa do presidente do partido no DF em antecipar a definição sobre as alianças, que está marcada para o próximo dia 19. ;Quando observarmos as pesquisas de opinião na cidade, percebemos uma enorme quantidade de indecisos. Com um projeto bem estruturado e boas propostas, tínhamos a possibilidade de criar uma alternativa, até como forma de melhorar o debate;, opinou Rosso. O governador diz que não participou da decisão de sacramentar a chapa entre o PT e o PMDB: ;Fui apenas comunicado;.

Apesar de ter sido eleito por meio de uma costura liderada por Filippelli e que contou com a participação do PT, Rosso marcou posição logo no início de seu mandato, quando limitou a influência de Filippelli na formação de governo. A atitude distanciou os dois peemedebistas e acelerou a aproximação de Filippelli com o PT.

Ainda que as convenções ratifiquem o abraço de ontem entre Agnelo e Filippelli, o governador deve seguir em sua caminhada de buscar um caminho alternativo. Por enquanto, Rosso trabalha o argumento de que PMDB tem estofo para criar uma opção de palanque para Dilma Rousseff no DF.

Aliados do governador ; embora o próprio não confirme a possibilidade publicamente ; cogitam a hipótese de que, num futuro próximo, ele possa, inclusive, vir a se aliar, mesmo que informalmente, ao grupo que fará oposição à chapa PT-PMDB. ;Rosso pode até não ter a maioria do partido, mas, com a máquina, ele se torna poderoso, não há um candidato que não o queira a seu lado. Ou o PMDB vai tentar aparar essa história e procurar uma reaproximação ou perderá o governador com a máquina e tudo para a oposição;, avalia um colaborador de Rosso, com assento na executiva regional do partido.


FRANCESES E PAULISTAS EM SANTA MARIA
Uma empresa francesa, do setor de medicamentos, e outra paulista, do ramo de panificação, aderiram ao Programa de Apoio ao Empreendimento Produtivo (Pró-DF). A chegada de ambas ao DF foi negociada pelo governador Rogério Rosso e deverá representar investimentos de R$ 100 milhões em infraestrutura e uma oferta de pelo menos 164 empregos diretos. As duas abrirão suas unidades na Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) de Santa Maria, com os benefícios garantidos pelo Pró-DF. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Antônio Coelho Sampaio, prevê que a oferta de vagas para o mercado de trabalho deverá superar a estimativa inicial e chegar a 500 diretos e a 1,5 mil indiretos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação