postado em 12/06/2010 07:00
A polícia deve enviar ao Ministério Público na próxima segunda-feira o inquérito que investiga a agressão contra o tenente da Aeronáutica Anísio Oliveira Lemos, 46 anos, que foi espancado por cinco rapazes na madrugada de 15 de abril depois de pedir a eles que baixassem o volume do som que ouviam em um posto de combustível localizado na 214 Sul. Três dos acusados do crime foram indiciados por tentativa de homicídio qualificado, dano qualificado e perturbação do sossego alheio, e os outros dois por falso testemunho. ;Os autores perseguiram a vítima, derrubaram o militar no meio do Eixinho L Sul, continuaram com as agressões no gramado em frente ao Bloco K e seguiram com a violência no prédio da vítima;, afirma o delegado responsável pela investigação, Watson Warmling, da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul).Os agressores podem cumprir pena de até 30 anos de prisão. A polícia ainda procura pelo quarto agressor, já que um dos suspeitos não foi reconhecido pela vítima nas imagens do circuito de TV do prédio onde mora, na 216 Sul. ;Ele (Anísio) não conseguiu ter certeza de quem se tratava. Então, decidimos não o indiciar, por enquanto;, explicou Warmling. Inicialmente, o grupo seria indiciado por lesão corporal. O delegado explica, no entanto, que, ao agredirem Anísio, os jovens assumiram o risco de causar a morte do tenente. É esse argumento que fundamenta o inquérito policial que será encaminhado à Justiça no início da próxima semana. A notícia do indiciamento dos agressores levou tranquilidade a Anísio, que ainda se recupera das agressões. ;Isso traz um pouco de conforto;, destacou, por telefone, em entrevista ao Correio. Ele contou ainda que não está totalmente recuperado das pancadas que sofreu. ;Ainda estou envergonhado;, disse o militar.
Para a vítima, a polícia demorou a registrar a ocorrência. ;Só depois de ter a imagem (espacamento) exposta na mídia é que os policiais tomaram providências;, reclamou Anísio. Para ele, as provas que ele apresentou eram suficientes para abertura do inquérito e para acusar os suspeitos. Em seguida, não poupou ataques aos algozes: ;É um bando de moleques;.
A polícia não divulgou o nome dos suspeitos indiciados. O Correio apurou, no entanto, que um deles é o filho da proprietária do posto da 214 Sul, Daniel Benquerer Costa, 23 anos, e outro é Edécio Rocha Aguiar Borges, 22, que aparece nas imagens gravadas pelas câmeras de segurança dando uma gravata em Anísio, enquanto os comparsas desferiam outros golpes na vítima.