postado em 12/06/2010 08:19
Uma das primeiras missões da nova secretária de Saúde do DF, Fabíola de Aguiar Nunes ; empossada na quarta-feira ; será combater a crise que se instalou no Hospital de Samambaia (HRSam), que teve as alas de pediatria e clínica médica do pronto-socorro interditadas na última terça-feira pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-DF), que alega que faltam médicos, material hospitalar e equipamentos para manter a unidade de saúde em funcionamento. A proposta preliminar para retomar o funcionamento normal da unidade será a de ampliar a quantidade de leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e tentar dobrar a carga horária de médicos.Sem nenhuma perspectiva para a abertura de novo concurso público para a contratação de novos profissionais, a titular da pasta terá que remediar o deficit de pessoa apelando à ajuda dos colegas para convencer alguns médicos do quadro a dobrarem o expediente. Sete pediatras que hoje trabalham 20 horas por semana foram escolhidos para, se quiserem, duplicarem a carga horária no HRSam. A estratégia também deve ser aplicada para profissionais de outras especialidades, como clínicos e anestesistas. Já a carência de leitos será amenizada com a instalação de mais quatro vagas, que devem ser abertas até quarta-feira da próxima semana.
As ações paliativas serão apresentadas e debatidas com os dirigentes do CRM-DF. A intenção da nova secretária é mostrar que alguma coisa já está sendo feita para melhorar a situação crônica do hospital, que também sofre com a falta de medicamento e de material hospitalar. ;A partir da semana que vem, vamos abrir os novos leitos e, então, vamos conversar com o CRM para tratar da retomada do trabalho dos médicos;, planeja Fabíola. Em nota à imprensa, o Conselho Regional de Medicina informou que avaliará, por meio de uma nova fiscalização, ainda sem data para ser realizada se as ações promovidas pela Secretaria de Saúde no HRSam. Se, durante a vistoria, for constado um aumento no quantitativo de médicos e melhorias na estrutura da unidade, as duas alas poderão voltar a funcionar.
Contratos
A falta de estrutura física, de material e de medicamentos, além profissionais, não é falha apenas do HRSam. Outros hospitais da rede pública, como o Hospital de Base, também sofrem com o desabastecimento e o número insuficiente de médicos para atender à população. A nova secretária de Saúde admite que a situação no DF é complexa, mas pediu cautela ao ser questionada sobre o tempo que será necessário para amenizar o caos na saúde pública. ;Eu não sou nem a mulher maravilha nem ganhei uma varinha de condão. Aliás, se alguém tiver uma para me dar eu quero. A situação está muito difícil mas se me derem um dia com mais de 24 horas responderei todas as perguntas;, disse.
Um reforço para a melhoria da saúde no DF foi a criação da Secretaria Extraordinária de Infraestrutura e Logística da Secretaria de Saúde, que terá uma central própria de compras de insumos. Segundo o secretário Hebert Texeira Cavalcanti, os contratos emergenciais para a aquisição de medicamentos, de equipamentos e de material hospitalar já estão sendo revistos e o resultado do ;mapa dos contratos; sairá na próxima semana. Enquanto isso, ele garantiu que os dirigente dos hospitais terão dinheiro disponível para compras de urgência, como esparadrapo e seringas.