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PT ignora crise no PMDB na corrida para o Buriti

Dirigentes do partido no DF acreditam que a disputa interna no PMDB não vai atrapalhar a oficialização da chapa Agnelo-Filippelli

postado em 14/06/2010 07:00
Os petistas não acreditam que a crise interna do PMDB local possa atrapalhar os planos de lançar, pela primeira vez na história política do Distrito Federal, uma chapa única na disputa pelo Palácio do Buriti. Durante a convenção nacional do PT, realizada ontem em Brasília, os militantes demonstraram confiança no traquejo político do presidente regional do PMDB e candidato assumido a vice-governador do DF, Tadeu Filippelli, para unificar o entendimento entre os peemedebistas antes da convenção regional do partido, marcada para o próximo sábado. A poucos dias do evento, o PMDB ainda expõe divisão quanto à dobradinha PT-PMDB, anunciada por Agnelo Queiroz e Filippelli na semana passada. Filiados contrários ao inédito casamento sinalizam o lançamento de candidaturas alternativas ao GDF.

Dentro do PMDB, há um grupo encabeçado pelo governador Rogério Rosso (PMDB) que está insatisfeito com o alinhamento com os petistas. O chefe do Executivo local já declarou o descontentamento quanto à aliança, anunciada 10 dias antes da convenção regional do partido. Do outro lado, a crença é de que a parceria será mantida, apesar dos descontentes. Na convenção do PT, que selou a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer na corrida à sucessão presidencial, Agnelo Queiroz esquivou-se ao ser perguntado sobre a crise interna no PMDB local. ;O PT respeita muito a instância partidária, é um partido muito orgânico, e tratou muito com a militância do PMDB, tanto no âmbito local quanto no nacional;, disse, para depois reforçar que não cogita desfazer o casamento histórico com o PMDB.

Durante boa parte do evento, Tadeu Filippelli ficou colado em Agnelo. Também esteve presente ao evento o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB), candidato anunciado ao Senado dentro da composição PT-PMDB.

Filippelli tratou de maneira natural a rejeição de alguns peemedebistas à dobradinha, mas admitiu que a divisão atrasou os primeiros passos da construção da campanha. ;Se tivesse tudo redondinho, essa semana nós estaríamos procurando consolidar potenciais aliados. Estaríamos dando mais segurança para outros parceiros em potencial. Precisamos agora consolidar um bom entendimento interno e não buscar a frieza de bater voto. Estamos (ele e Rosso) próximos de conversar;, disse.

Questão resolvida
Apesar da cautela de Agnelo Queiroz, dirigentes do PT no Distrito Federal foram unânimes em defender a reprodução, no plano local, da aliança oficializada ontem pelos caciques nacionais do Partido dos Trabalhadores. O presidente regional do PT, Roberto Policarpo, disse não estar preocupado com os efeitos da divisão interna no PMDB na campanha de Agnelo e Filippelli. ;A gente espera que o Filippelli trabalhe para acabar com isso (a divisão). Não nos preocupam os problemas internos (do PMDB). A decisão de fazer aliança não é só local. É uma decisão chancelada pelo presidente (nacional do partido) Michel Temer. Com certeza, o presidente local do partido seguirá essa decisão;, defendeu.

Policarpo desconstruiu a tese de alguns peemedebistas de dar um segundo palanque no DF para a candidata a presidente da República Dilma Roussef. ;A orientação nacional, tanto do PT quanto do PMDB, é fazer todo o esforço para juntar tudo num palanque só.; Pré-candidato à reeleição, o deputado federal Geraldo Magela, que disputou com Agnelo o aval do PT para se lançar na disputa ao governo do DF, não vê possibilidade de reversão da dobradinha. ;Não acho que a crise no PMDB pode atrapalhar. Como o Filippelli tem maioria no partido, a coligação com o PT está resolvida do ponto de vista do PMDB;, afirmou.

Já Arlete Sampaio, que deve tentar uma vaga na Câmara Legislativa, propôs aos filiados do PT e do PMDB praticar o ;exercício de paciência; para resolver as divergências. ;As pessoas que historicamente nunca gostaram dos vermelhos e aquelas que nunca gostaram dos azuis terão que refletir, chegar a um debate e a conclusões internas para ganhar as eleições no DF;, sugeriu. A petista, no entanto, foi enfática quanto à possibilidade de dividir palanque com peemedebistas citados na Operação Caixa de Pandora, que revelou um suposto esquema de corrupção no DF. ;Espero que a direção do PMDB tenha a sensibilidade de não deixar pandoristas no palanque;, afirmou.

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