Cidades

UnB definirá regras de convivência

postado em 15/06/2010 07:00

Festas nos centros acadêmicos da Universidade de Brasília (UnB) versus horário de aula. A discussão em torno das atitudes de alguns alunos foi retomada após inúmeras reclamações de professores que não conseguem dar aulas por causa do barulho que vem dos corredores e das salas vizinhas. Entre as principais queixas estão o som alto, as conversas e o consumo de drogas e bebidas alcoólicas durante a realização de happy hours no câmpus do Plano Piloto. Em busca de uma solução para o problema, na próxima sexta-feira, uma comissão formada por representantes de alunos, professores e da reitoria definirá novas diretrizes de convivência e lançará a campanha Atitudes da Universidade. A proposta será enviada ao Conselho de Administração da UnB para, só então, ser colocada em prática.

Para o prefeito da UnB, Paulo César Marques, o embate entre alunos e professores ocorre porque alguns centros acadêmicos (CAs) estão situados muito próximos às salas de aula e aos laboratórios. ;Quando cheguei à UnB, em 1993, eram 10 mil alunos. Hoje, são 30 mil, mas a expansão do espaço físico não ocorreu na mesma velocidade;, explica. Com a construção de novos prédios da universidade, algumas turmas que sofriam com o ruído foram realocadas. ;Existe o abuso e temos que encontrar novas formas de convivência;, defende.

A Associação dos Docentes da UnB (Adunb) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) são favoráveis à normatização por parte da reitoria. Mas defendem, no entanto, a participação de todas as categorias da comunidade acadêmica na discussão. Segundo o coordenador do DCE, Raul Cardoso, os conflitos gerados pelas festas são pontuais. ;As atividades de confraternização fazem parte da nossa vida, mas não devem atrapalhar as aulas. Passamos o dia inteiro aqui. A UnB não é um local só de festas, ela é maior que isso.; O presidente da Adunb, Ebneser Nogueira, acrescenta: ;Não somos contra os alunos fazerem essas festas, o problema é que eles estão dentro do espaço que não é destinado para esse fim;, afirma.

O principal foco do problema está no Corredor da Morte ; subsolo do Instituto Central de Ciências, o Minhocão. Algumas salas de aula foram transformadas em sedes de centros acadêmicos, equipados com mesas de sinuca, televisão e som. Após as reclamações, alguns professores foram realocados. Mas em outros pontos da UnB, o problema persiste. No CA de agronomia, por exemplo, os alunos colocaram sofás e uma televisão no corredor do ICC para assistir aos jogos da Copa do Mundo. O professor que dá aulas na sala localizada em cima do centro acadêmico reclama do ruído. ;Não é sempre assim. Normalmente, o barulho é só entre as aulas e à noite;, garante Carlos Magno Geraldo Figueiredo, 19 anos, aluno do 3; semestre do curso. (JB)

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