Cidades

Comissão de Ética examinará processos de parlamentares citados na Caixa de Pandora

postado em 15/06/2010 07:57
A Comissão de Ética na Câmara Legislativa promete tirar da gaveta os processos de quebra de decoro parlamentar contra distritais citados no inquérito da Caixa de Pandora ; que revelou o suposto esquema de corrupção e pagamento de propina do GDF para a base aliada, com a participação de empresários locais. Na sessão de 24 de junho, os integrantes da comissão votarão sobre a continuidade das investigações contra os colegas, que estavam paradas desde fevereiro passado. Caso seja aprovada a retomada dos processos, Aylton Gomes (PR), Benício Tavares (PMDB), Benedito Domingos (PP), Rogério Ulysses (sem partido) e Rôney Nemer (PMDB) terão que se defender da acusação de participação no esquema.

O presidente da comissão, Aguinaldo de Jesus (PRB), entregou ontem ao Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (Ncoc), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), um documento de duas páginas informando que colocará na pauta os processos sobrestados dos colegas. Em 26 de maio, os promotores tinham cobrado explicações sobre a situação de cada um e sobre o porquê de uma eventual paralisação do trâmite. Aguinaldo mudou de ideia depois da repercussão gerada pela matéria publicada no Correio, no último dia 4, em que ele mesmo disse que não havia elementos suficientes para processar os colegas.

Agora, o presidente da comissão defende que há motivos o bastante para retomar as investigações. ;Discordo dos deputados que sobrestaram os processos. Era para ter tomado uma posição ou outra, mas eles ficaram em cima do muro. Eu não sou gato para ficar em cima do muro;, ironizou. No documento, é informada a inexistência na comissão de representações contra o distrital Geraldo Naves (sem partido) e os suplentes Berinaldo Pontes (PP) e Pedro do Ovo (PRP).

Em 25 de fevereiro, os deputados que compunham a comissão, Erika Kokay (PT), Batista das Cooperativas (PRP), Dr. Charles (PTB) e Alírio Neto (PPS), aprovaram parecer do corregedor ad hoc Raimundo Ribeiro (PSDB) pela abertura das investigações contra os distritais Júnior Brunelli, Leonardo Prudente (sem partido) e Eurides Brito (PMDB) ; flagrados em vídeo pelo ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa em cenas suspeitas. À época, eles entenderam que os elementos eram insuficientes para determinar o arquivamento ou o início da apuração contra os outros cinco parlamentares.

Cópia da explicação de Aguinaldo de Jesus ao MP: análise no dia 24

Entenda o caso
Conversa reveladora

Os deputados Aylton Gomes (PR), Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB), Rogério Ulysses (sem partido) e Rôney Nemer (PMDB), além dos suplentes Pedro do Ovo (PRP) e Berinaldo Pontes (PP), são citados em conversa gravado pela PF, em outubro passado, entre o então governador José Roberto Arruda, o chefe da Casa Civil à época, José Geraldo Maciel, e Durval Barbosa. O tema: ;Despesa mensal com político;. Contra Geraldo Naves, a suspeita é de participação na tentativa de suborno a uma testemunha. (LM)

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