Ana Maria Campos
postado em 16/06/2010 07:00
A Operação Caixa de Pandora fez um strike no DEM. Derrubou os dois principais líderes, José Roberto Arruda e Paulo Octávio, e um deputado distrital com projeção, o ex-presidente da Câmara Legislativa Leonardo Prudente. Também abateu aliados que orbitavam em torno do primeiro time da legenda. Sobrevivente no DEM, a distrital Eliana Pedrosa busca no partido o aval para ser candidata ao Senado. Mas sabe que essa pretensão esbarra no interesse de outros dois nomes que escaparam das denúncias de Durval Barbosa e também pleiteiam uma vaga majoritária o deputado Alberto Fraga, considerado um herdeiro político de Arruda, e o senador Adelmir Santana, que está na presidência regional do DEM. Em entrevista ao Correio, Eliana fala de perspectivas do DEM. Diz achar possível, por questões pragmáticas, o partido apoiar Joaquim Roriz (PSC) e aposta na volta de Arruda em 2014.
O seu partido já foi tão forte no DF e, agora, está sem rumo.
Que caminho o DEM vai tomar?
Estamos decidindo entre candidatura própria e adesão a outra candidatura. Todas as instituições e as sociedades têm os seus momentos de alto e de declínio. O DEM tem uma posição muito importante perante a sociedade porque tomou uma medida drástica, expulsando um governador e convidando um vice-governador a sair.
A senhora acha possível o DEM fechar com Roriz?
É possível. Estamos vivendo um momento de pragmatismo. As alianças perderam aquele perfil ideológico. Grupos que aparentemente não tinham afinidade estão se juntando.
Quando a senhora fala de pragmatismo, quer dizer que o apoio a Roriz não é o ideal, mas o possível?
Quero dizer que as alianças, nesse momento, são muito mais pragmáticas. Não estou dizendo que Roriz não é o ideal, mas estou falando que podemos ter alianças não só daquilo que vem de propostas, mas de um pragmatismo para a eleição, fechando algumas posições importantes dentro das suas crenças.
Ainda é possível uma terceira via? Que nomes seriam?
Antes das convenções, tudo é possível. Temos o deputado Fraga, o senador Adelmir, o senador Maurício Corrêa, da parte do PSDB. Por que não pensar também na Maria de Lourdes Abadia, que já se colocou para um cargo majoritário? Temos também o senador Gim Argello. Alguns nomes com expressão política poderiam puxar uma terceira via.
E os seus planos?
Gostaria de poder entrar na disputa ao Senado. Mas, dentro do partido, temos mais dois postulantes, Adelmir e Fraga, que, se não for para o governo, vai querer ir ao Senado. Eu tinha um compromisso de apoiá-lo na disputa ao Senado. Todavia, quando Fraga se colocou para o governo, entendi que ele abriu espaço para que eu pudesse colocar minha vontade nesse pleito.
A senhora acha que Arruda volta à política?
Em 2014, volta. Com certeza, volta. Ele tem dentro dele aquela veia política que, na minha opinião, nem se ele quisesse conseguiria dominar. Acho que, quando baixar a poeira, ele vai começar a se movimentar porque tem um recall muito grande. As pessoas podem não ter gostado das imagens que viram, mas ninguém tira dele o governo que fez.
Em 2014, Arruda volta (à política). Com certeza, volta;