postado em 18/06/2010 07:00
>>Lilian Tahan>>Ana Maria Campos
>>Luísa Medeiros
A briga dentro do PMDB desestabiliza o grupo de esquerda e se tornou um incentivo aos outros partidos que buscam surfar na onda da crise entre peemedebistas. As desavenças sobre a aliança com o PT fortalecem o time de quem justamente poderia sair enfraquecido com a dobradinha ensaiada entre os dois partidos: o grupo que orbita em torno de Joaquim Roriz (PSC). Por enquanto, não há nenhuma confirmação de que o ex-governador esteja por trás da atitude de Rogério Rosso. Mas aliados de Roriz não negam que se abriu o caminho para uma composição num futuro próximo.
O PT de Agnelo Queiroz ficou atônito com a disputa que roubou a cena do tão festejado e histórico acordo com o PMDB. Será ou seria a primeira vez que as duas legendas trabalhariam juntas numa campanha. Para Agnelo, o principal tabu que freava a composição havia sido quebrado. Era, na concepção do candidato petista, a resistência dentro do próprio PT. Mas Agnelo estava errado.
O partido com um sem número de tendências conseguiu se entender e resolveu dar as mãos para o PMDB. A leitura feita por dirigentes petistas no DF é de que amanhã as convenções só confirmariam a decisão tomada nas últimas semanas. E o PT esperava o mesmo do PMDB no dia em que representantes dos dois partidos partiram para o abraço diante das câmeras fotográficas. Perplexo, Agnelo não quer falar abertamente sobre a situação. Diz que desejou o apoio do PT desde sempre e que vai esperar que o partido se resolva, sem aumentar a temperatura da crise falando o que pensa.
Facadas
A entrada do governador Rogério Rosso (PMDB) no páreo pavimenta um caminho para siglas como DEM, PTB, PSDB e PPS, que hoje estão sem rumo e têm migrado para a campanha de Roriz porque este representa a única alternativa viável de poder. ;Para nós, o significado dessa crise é como dar duas facas, uma para o PT e a outra para o PMDB, e esperar, de longe, para ver o que vai acontecer;, disse um aliado de Joaquim Roriz e entusiasta do retorno do ex-governador ao Palácio do Buriti.
Amanhã, o grupo que apoia Rosso vai apresentar aos convencionais uma promessa de espaço político numa chapa que, em tese, tem condições de disputa. O governador-tampão ainda é um desconhecido da maioria dos eleitores. Ele só disputou uma vez, em 2006, uma vaga de deputado federal. Ficou na suplência e aparece atrás de Agnelo e Roriz nas pesquisas de intenção de voto. Mas não carrega a rejeição registrada por Roriz, acumulada ao longo de quatro mandatos à frente do Distrito Federal. Dessa forma, seria uma opção, por exemplo, para o PSDB, que pretende lançar a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB) ao Senado.
Reunião
Os tucanos precisam de um palanque no DF e tendem a apoiar Roriz, embora a decisão final ainda esteja nas mãos do candidato à Presidência José Serra. Rosso representaria, assim, uma saída para o impasse do PSDB. No DEM também existe muita indefinição. O partido do ex-governador José Roberto Arruda e do ex-vice-governador Paulo Octávio ainda não encontrou um caminho para as eleições de outubro. Na noite de ontem, seria realizada uma reunião na casa do presidente do DEM-DF, senador Adelmir Santana, com representantes do PSC (de Roriz), PPS PTB e PSDB.
No DEM, há uma disputa acirrada. Adelmir quer ser candidato à reeleição, mas essa pretensão esbarra no interesse do deputado federal Alberto Fraga (DEM) e da deputada distrital Eliana Pedrosa. Eles têm conversado com o grupo rorizista, mas ainda bateram o martelo se vão seguir nessa via. A decisão passa pelo crivo da direção nacional, e o presidente do DEM, Rodrigo Maia, tem se envolvido diretamente na questão sempre em benefício dos interesses de Fraga. O deputado federal que é o responsável pelos projetos de transporte do governo Arruda, considerado um herdeiro político do ex-governador, tem sido um empecilho para o fechamento da aliança com Roriz.
PV TERÁ CANDIDATO
Na carona do sucesso no Distrito Federal da campanha da senadora Marina Silva (PV) à Presidência da República, os verdes já decidiram que terão candidato próprio ao GDF. O nome escolhido é o presidente do PV-DF, Eduardo Brandão. Pesquisas em poder do partido indicam que a ex-ministra do Meio Ambiente tem cerca de 17% das intenções de voto na capital do país. A estratégia é construir aqui um palanque para Marina que ainda fortaleça as candidaturas de deputado federal e distrital do PV. Por enquanto, a legenda não fechou nenhuma coligação. `Queremos ser uma via alternativa, com um projeto diferente. Temos conversado muito com o PPS e PTN`, disse Brandão.
Opinião do internauta
Leitores comentaram no Blog da Ana Maria Campos a pré-candidatura de Rogério Rosso. Veja algumas opiniões:
Honorio Fernandes Rocha
;O negócio é bom mesmo. Não foi esse que disse, se fosse governador pelos oito meses, não iria se candidatar? Quem acreditou...Eu, nunca. Acredite você, se quiser.;
Alan Brito
;Muito boa decisão do Rosso, pois ter que aguentar aquele tal Filippelli, ninguém merece. Estamos com você, Rosso.;
Marcelo Senise
;Embora seja um dos fãs do governador Rogério Rosso, acho que, ainda que legítima a pretensão de ele se pré-candidatar à reeleição ao GDF, acredito ser um grande equívoco e um possível tiro no pé. Vejamos: 1) No acordo que levou Rosso à vitória na CLDF, havia uma garantia pública de que ele não seria candidato; foi exatamente isso que levou o partido (PMDB) a escolhê-lo como o melhor nome para a disputa, com o aval de outras agremiações partidárias. 2) Embora o fantasma de uma intervenção seja hoje mais tênue, essa questão não está completamente afastada.;
Edson Souza
;Esse é o cara. Por que apoiar o PT, se eles não votaram no PMDB na eleição indireta? E mais, vamos lotar o auditório do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) e irá prevalecer o que Brasília esta pedindo: um nome novo para a cidade. Rogério Rosso, esse é o nome (;);