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Secretaria de Saúde faz ação para combater a asma

postado em 27/06/2010 08:00

Dona Antônia sofre com a asma: Primeiro, o corpo começou a ficar cansado. Depois, veio a sensação de falta de ar. Em pouco tempo, Antônia Rosa do Nascimento, 59 anos, já não conseguia respirar nem pelo nariz, nem pela boca. Há 26 anos, a aposentada descobriu que sofria de asma. A exposição ao frio no local de trabalho, um restaurante, trouxe a enfermidade a dona Antônia, que passou mais de 10 anos em tratamento. "Já perdi as contas de quantas vezes tive de ir ao hospital. É uma doença muito difícil. Você fica sem respirar e pode acabar morrendo facilmente", conta a senhora, que perdeu uma irmã em decorrência da asma. "Se ela tivesse chegado ao hospital cinco minutos mais cedo, teria sobrevivido", lamenta Antônia, que hoje se diz livre dos problemas da asma.

Para combater casos como o de Antônia, a Secretaria de Saúde (SES-DF) encerra hoje a VI Semana de Combate à Asma com uma caminhada no Parque da Cidade. A concentração para a VI Caminhada do Paciente Asmático começa às 9h, em frente à Administração do Parque, no estacionamento 12. De acordo com a SES-DF, de 2000 a 2007, houve uma redução de 45,42 % no número de internações de asmáticos. Em 2009, foram evitadas 1.973 internações de pacientes com asma ; uma redução de 45% no número de hospitalizações. Segundo o órgão, isso significou uma economia ao sistema público de saúde de mais de R$ 1 milhão.

O Programa de Atendimento ao Paciente Asmático do DF foi implantado em 1999. Atualmente, existem 28 Centros de Referência do Programa de Asma distribuídos em todo Distrito Federal. Cerca de 5 mil pacientes fazem tratamento na rede pública. Além de organizar o serviço e uniformizar o atendimento ao asmático no DF, o programa busca treinar profissionais e dar acompanhamento contínuo ao doente. "Com isso, nós conseguimos reduzir as internações, as faltas às aulas ; no caso de crianças e jovens ; e a perda de dias de trabalho para os pacientes adultos", explica a coordenadora Marta Guidacci.

De acordo com o Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), no Brasil ocorrem cerca de 2.500 mortes por ano devido à asma. De 6 a 10 pacientes asmáticos morrem por dia no país. A grande maioria destes não estavam em tratamento ambulatorial. Estima-se que 20% da população mundial sejam portadores da doença. O órgão acrescenta que, em 2004, a asma representou a terceira causa de hospitalização pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com 396 mil internações em todo país.

A doença

A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas que acomete principalmente as crianças e tem grande influência genética. Segundo o pneumologista Mario Sérgio Nunes, o maior problema no Distrito Federal é a baixa adesão dos pacientes ao tratamento. "Apesar da facilidade do acesso aos remédios no DF, os pacientes não levam o tratamento a sério e costumam abandoná-lo antes do fim. Esquecem que a asma pode matar se não for tratada", diz. De acordo com o membro da Comissão Científica de Asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a doença pode ser desencadeada por diversos estímulos: alérgicos, domiciliares (poeira, ácaros, produtos de limpeza) e fatores ambientais (exposição frequente a baixas temperaturas).

Amilton Carvalho, do Instituto Nacional de Meteorologia, informa que a massa de ar seco que passa sobre a região central do país deve permanecer. Para os próximos dias, a umidade relativa deve ficar entre 75% e 25%. Mas, segundo Mario Sérgio Nunes, essa previsão do tempo não é o que mais preocupa quem sofre de asma. "Os meses úmidos, que vão de dezembro a abril, oferecem mais perigo. É quando o ácaro cresce mais facilmente". Porém, o pneumologista alerta: "As crises diminuem nos períodos mais secos, mas não deixam de existir. Por isso, é importante continuar com as medicações e manter tapetes, carpetes e cortinas limpos. É essencial evitar cheiros e perfumes fortes e ficar longe do cigarro", completa.

O NÚMERO

R$ 1.367.550

Valor economizado pela Secretaria de Saúde resultante do combate e prevenção à asma

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