Para a trabalhadora rural de Minas Gerais Maria Alves de Souza, o curso é uma oportunidade de compreender as relações das mulheres com a sociedade. ;Aqui a gente aprende que a mulher pode ocupar um espaço além da família, que ela não é obrigada a seguir tudo o que a sociedade impõe;, defende.
Maria Alves acredita que o curso amplia a visão do papel da mulher não só no trabalho, mas também na vida pessoal. Ela questiona a divisão do trabalho doméstico entre homens e mulheres e afirma que já tomou decisões apenas para agradar o parceiro.
Segundo a secretária de Mulheres da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Amapá (Fetagrap), Francisca Eunice da Silva, o preconceito de gênero é velado. ;Eles não dizem ;você não vai porque você é mulher;, mas deixam transparecer, e a gente não é ignorante a ponto de não saber, por meio de gestos e do comportamento da pessoa, o que ela quer dizer;, revela.
Ela conta que a participação das mulheres em eventos de direitos dos trabalhadores muitas vezes é vetada. ;Sempre vai um homem e se não tem a possibilidade de ir um homem não vai ninguém;, acrescenta.
A terceira fase do curso está marcada para os dias 4 e 8 de novembro.