postado em 01/07/2010 07:48
Os servidores lotados do anexo do Palácio do Buriti ameaçam não trabalhar hoje em protesto contra as condições do prédio situado no Setor de Áreas Municipais. Três dias depois do último princípio de incêndio na casa de máquinas, ocorrido no último dia 26, o Corpo de Bombeiros fez uma vistoria no edifício, onde trabalham três mil funcionários de diversos órgãos, e apontou uma série de problemas no sistema de segurança. Embora as falhas não tenham sido suficientes para interditar o prédio, os bombeiros determinaram que elas sejam corrigidas em até 30 dias. O governo adiantou ontem que vai começar a remanejar funcionários do prédio na semana que vem.A equipe do Correio percorreu ontem alguns andares do anexo do Palácio do Buriti e verificou que as irregularidades não ocorrem somente no 16; andar, onde houve dois princípios de incêndio na semana passada. Os problemas aparecem já no térreo. Lá, atrás dos elevadores, que estão interditados, aparecem rolos de fios de eletricidade expostos no teto. As escadas que levam até o último andar são outro problema apontado pelo relatório de inspeção dos bombeiros. Além de não terem corrimão, a passagem é estreita: tem um metro de largura.
Mas os pavimentos onde a falta de manutenção é mais visível são 15; e 16; andares. A precariedade é tanta que a porta que dá acesso à casa de máquinas foi isolada com uma madeira. Boa parte do forro do teto é furada, o que expõe o emaranhado de fios de eletricidade. No banheiro do 15; andar tem fio desencapado até nas paredes.Durante a visita ao local, a equipe de reportagem verificou que na escada de acesso ao último pavimento tinha um aviso dos servidores conclamando os colegas a não subirem hoje para trabalhar. O cartaz continha várias rubricas e pedia união dos funcionários para exigir melhores condições de trabalho. As portas de saída de incêndio estavam fechadas.
Defeitos
Como o Correio divulgou na edição de ontem, após os princípios de incêndio, cinco dos sete elevadores foram interditados. Os equipamentos que funcionam podem ser utilizados apenas por quem trabalha nos últimos andares. Os defeitos nas instalações do prédio têm assustado alguns servidores. Ontem, cerca de 300,
lotados na Diretoria de Recursos Humanos da Secretaria de Saúde, que fica no 16; andar, perto da casa das máquinas, só subiram para trabalhar porque a chefia ameaçou cortar o ponto deles e descontar no salário. ;É um absurdo eles quererem que a gente trabalhe numa
situação de perigo dessa;, reclamou a técnico-administrativo Ariadne da Silva, 31 anos. A servidora não só faltou ao serviço como se deslocou para a Delegacia Regional do Trabalho (DRT), onde fez uma reclamação.O laudo de inspeção elaborado pelo Corpo de Bombeiros foi entregue ontem à Administração Predial do Anexo do Buriti. O documento cobra várias adequações. Entre as quais, a sinalização e iluminação de rotas de fuga de emergência e a manutenção dos sprinklers ; equipamentos instalados no teto que dispara jatos de água em caso de incêndio. O prazo é de 30 dias para serem atendidas as determinações dos bombeiros. ;Caso eles não cumpram, vamos aplicar multa;, avisou o chefe da seção de Vistorias e Pareceres do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Edilson Almeida de Brito.
A Administração Regional de Brasília divulgou ontem que o edifício não tem alvará de funcionamento. Para o secretário de Governo, Geraldo Lourenço, a falta do documento não é o maior problema. ;Se a gente for questionar isso, vários órgãos deverão ser interditados;, afirmou. ;Na semana que vem, devemos fazer alguns remanejamentos. A prioridade é o pessoal do 16; andar. Temos locais disponíveis na antiga sede da Câmara Legislativa e na própria Rodoferroviária;, disse. ;O governo não quer colocar ninguém em situação de risco;, acrescentou.O que funciona no prédio
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