A Secretaria de Estado da Ordem Pública e Social (Seops), por meio da Subsecretaria de Defesa do Solo e da Água (Sudesa) realiza, nesta quinta-feira (1;/7), a operação força-tarefa de combate à invasão para a derrubada de 39 barracos de alvenaria, todos habitados, em Ceilândia. As edificações foram construídas na chácara 34 do condomínio Sol Nascente, área que pertence ao Governo do Distrito Federal e seria destinada ao programa Pró-moradia II.
Até por volta de 17h, cerca de 33 moradias já haviam sido derrubadas. Segundo o coordenador da ação, capitão Luiz Ramos, Sudesa, logo no início, houve um princípio de confusão com resistência dos moradores. No entanto, muitas pessoas começaram a colaborar e a tirar o máximo de coisas possíveis de suas casas, para ter o menor prejuízo possível. "Alguns se conscientizaram e retiram móveis, telhas e janelas", explica.
Há, no local, uma casa mais antiga cujos donos eram responsáveis pela venda de lotes menores, no mesmo terreno, por cerca de R$ 20 mil cada um. Aos compradores eram entregues recibos, mas nenhum documento oficial. Ainda assim, as construções começaram e, embora notificados pela Agência de Fiscalização (Agefis), os moradores não deixaram o local.
De acordo com o capitão Luiz Ramos, em março de 2009, foram constatadas as primeiras construções irregulares. "Primeiro, cerca de 11 famílias viviam aqui. Depois o número foi aumentando até chegar as 39 edificações", explica. Segundo o capitão, o governo entrou com um processo administrativo por invasão de área pública. Após a decisão da Justiça, todos foram notificados e, em seguida, informados da demolição.
Raimundo Nonato do Nascimento, 61 anos, estava no local quando a operação derrubou a casa de seu filho. "Meu filho tinha começado a construir a um mês, ele tinha a documentação. Não foi invadido, foi comprado", lamenta. Sobre onde o filho iria morar, Raimundo diz que ainda não sabe. "Os móveis foram para a casa da nossa vizinha. Ainda não sei o que vamos fazer, o jeito é entregar para Deus", afirma.
Já Hilda Maria da Silva ficou bastante revoltada com a decisão. "O terreno estava para livre acesso. Se eles sabiam não pudiam ter nos deixado construir. Isso não vai ficar assim, queremos uma indenização", afirma.
A assessoria de imprensa do Seops informa que não adiantaria apenas o pagamento do terreno, seria preciso uma autorização, como o alvará de construção.
Ao todo, 257 agentes participam da derrubada. São usados oito caminhões, oito carrocerias, duas pás mecânicas, duas viaturas e uma van do Corpo de Bombeiros.
Participam da ação a Secretaria de Estado da Ordem Pública e Social e de Controle Interno no Distrito Federal (Seops), Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), Subsecretaria de Defesa do Solo e da Água (Sudesa), Polícia Militar, Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), Zoonose de Brasília, Serviço de limpeza Urbana (SLU), Companhia Energética de Brasília (CEB), Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e a Vara da Infância e da Juventude.