A Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) espera concluir, ainda nesta terça-feira (6/7), as investigações sobre a agressão de um jovem de 15 anos em uma parada de ônibus na 710 Sul, a 300 metros do Centro Educacional Caseb, na última quinta (1;/7). A polícia já identificou seis dos oito agressores que, de acordo com o delegado-adjunto Yury Pereira Fernandes, são estudantes do colégio. Não está descartado um pedido de internação provisória dos envolvidos.
Até ontem (5/7), a mãe do adolescente, alguns agressores, uma das vítimas e a prima, que teria sido o motivo da desavença, já tinham prestado depoimento na DCA. O delegado disse que a lesão não pode ser considerada simples porque o jovem, como foi atingido na cabeça, ainda pode ter sequelas e, também, só pelo fato de ele ficar 30 dias afastados de suas atividades, o fato já é considerado grave. "A princípio, será tratado como lesão corporal de natureza grave, no entanto, vai depender do laudo final, já que uma das vítimas está hospitalizada", explica Yury Pereira.
Sobre uma possível mudança na acusação para uma tentativa de homicídio, o delegado-adjunto explica que isso não deverá acontecer. "Para considerar tentativa de homicídio é preciso ter a intenção de matar. Foi esclarecido que eles queriam agredir. A acusação só mudaria se o adolescente viesse a falecer", informa.
Para a polícia, o motivo da agressão foi considerado fútil e banal, já que a briga aconteceu depois da prima dos dois jovens agredidos relatar que teria sido apelidada pelos colegas do Caseb. De acordo com o delegado Yury Fernandes, os primos, então, resolveram tirar satisfação e uma primeira desavença aconteceu ainda na escola, como foi relatado por um dos vigilantes do Caseb.
Punição
De acordo com a investigação, os seis jovens podem responder por lesão corporal grave, ameaça e ainda bullying. A polícia não descarta um pedido de internação provisória no Caje, que pode ser de até 45 dias, dependendo da decisão da Justiça. "A polícia irá tomar todas as medidas cabíveis para resolver o mais rápido possível a situação", explica.
Em relação à possível internação, para o delegado, além de ser uma forma de punição pode ser um jeito de evitar um futuro linchamento dos jovens pela sociedade. "A comunidade está muito envolvida, a internação pode ser uma forma de protegê-los também", afirma.
O delegado-adjunto da DCA disse também que, após a agressão de quinta-feira, ficou constatado que os adolescentes ainda ameaçaram as vítimas. Além disso, se ficar claro que a jovem apelidada sofreu bullying, eles podem responder por injúria. "Entretanto, eles negaram terem apelidado a adolescente", diz.
Após a conclusão, o caso segue para a Vara da Infância e da Juventude (VIJ), que irá determinar a pena a ser cumprida pelos adolescente. Mas o delegado garante que, provavelmente, a Justiça deve acatar a internação, ao invés, de uma medida socioeducativa.
Outro registro
Na manhã de ontem (5/7), a mãe do jovem agredido esteve no colégio para uma reunião com pais, alunos envolvidos, diretoria, funcionários da instituição e um representante do Conselho Tutelar. O objetivo era pedir a transferência do aluno e, ainda, saber quais medidas seriam tomadas pelo Caseb.
A mãe relatou que havia sido ameaçada por um dos agressores, que simulou, em um gesto, uma arma de fogo. A ameaça foi registrada também na DCA, que irá apurar o caso. O delegado-adjunto Yury Fernandes disse que essa situação será investigada separadamente, entretanto, isso pode complicar bastante a situação do jovem. "São fatos distintos, mas vai pesar muito no pedido de internação desse adolescente. Dois deles, em particular, estão extrapolando e até desacreditando da autoridade da polícia", informa.
Entenda
O adolescente de 15 anos e o primo dele foram espancados por estudantes do Caseb na última quinta-feira (1;/7) na parada de ônibus da 710 Sul, próximo ao Colégio Caseb, na 909 Sul.
Os agressores utilizaram paus e pedras para bater nas vítimas, o que resultou em um coágulo no cérebro do jovem de 15 anos. O adolescente foi encaminhado ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), onde permanece internado, mas já passa bem.