Cidades

Secretaria de Saúde investiga suposto caso de morte por hantavirose

postado em 08/07/2010 08:20
A Secretaria de Estado de Saúde do DF investiga a morte de um policial civil por hantavirose, em Santa Maria. Gilberto Luiz da Silva, 43 anos, trabalhava na Polícia Civil do DF há mais de 20 anos e estava internado no hospital da cidade há nove dias, depois de ter sido transferido, em estado grave, do Hospital de Base, na Asa Sul. Entre as suspeitas da causa da morte ; ainda não definida ; está a doença infecciosa transmitida pelos dejetos de ratos silvestres. O laudo definitivo deve sair em 15 dias, com o resultado de uma sorologia enviada para análise no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

Caso o diagnóstico seja confirmado, Gilberto será o 10; brasiliense a morrer contaminado por hantavirose neste ano, valor que supera o total de mortes pela doença registrados em 2009, quando nove pessoas contraíram o vírus e quatro morreram no DF. Chefe do Núcleo de Controle de Endemias da Secretaria de Saúde, o infectologista Dalcy Albuquerque explica que é muito difícil especificar se o paciente morreu ou não de hantavirose sem o resultado dos exames laboratoriais. Como os sintomas da hantavirose podem ser muito semelhantes a problemas cardíacos ; como a dificuldade para respirar e a tontura ;, não é possível diferenciar clinicamente as doenças. ;O que nós temos nesse tipo de caso é um arco de diagnósticos, que pode incluir hipóteses de hantavirose, dengue, leptospirose e até mesmo do vírus H1N1. O que vai confirmar qual foi a causa definitiva é o resultado da sorologia;, afirma.

Problemas cardíacos
Gilberto Luiz passou mais de uma semana em coma induzido e morreu na última terça-feira. O corpo dele foi enterrado ontem, no Cemitério de Taguatinga, cidade onde o policial morava com a mulher e os dois filhos. Maria Teresinha Câmara da Silva, 46 anos, conta que o marido sofria de problemas renais e cardíacos e que não costumava ir ao médico. ;Ele me escondia as doenças e não se tratava, por isso não tenho nem como saber do que ele morreu direito;, desabafa.

A família costumava ir para o interior de Goiás a passeio, em especial para Serra da Mesa, mas, segundo Maria Teresinha, Gilberto não havia viajado para o interior recentemente. ;Não acho que possa ter sido hantavirose, porque a gente sempre morou na cidade e tomamos todos os cuidados necessários quando viajamos, até porque temos um filho com síndrome de Down que precisa de maiores precauções;, afirma, referindo-se ao filho caçula Leonardo, de 18 anos. Gilberto tinha o apelido de Juba e era de convivência tranquila, muito calmo e brincalhão. Ele estava para se aposentar e não via a hora de ter mais tempo para a família. Além da mulher e dos filhos, o policial deixou dois irmãos e muitos amigos saudosos.

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