O presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) do Distrito Federal, Antônio Carlos de Andrade, o Toninho, apresentou, nesta manhã de quinta-feira (8/7), o pedido de impugnação da candidatura de seu adversário ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC). Essa é a primeira ação de impugnação a registro de candidatura. .
Segundo a assessoria de imprensa do TRE-DF, o pedido já foi protocolado e segue agora para apreciação da Mesa de Comissão Julgadora.
A impugnação é baseada no Ficha Limpa, que torna inelegível por oito anos qualquer político que tenha renunciado a um mandato com objetivo de fugir de um processo que poderia levar à cassação. De acordo com o partido, o pedido se basea no artigo 1; da Lei da Ficha Limpa e na letra K que determina que qualquer membro do Congresso Nacional que renunciar ao mandato não poderá ser candidato.
Toninho lembrou que o PSOL foi o partido que provocou a renúncia de Roriz ao cargo de senador em 2007. "O PSOL é o partido da ética, não tem corrupção e nem mensaleiros, pretendemos ganhar com a Ficha Limpa", declara.
O político disse também que, com o processo, pretende quebrar a polarização de duas candidaturas. "Com a possível impugnação o quadro político fica bastante embaralhado", explica.
Entenda o caso
O atual candidato ao Palácio do Buriti, Joaquim Roriz (PSC), renunciou seu mandato de senador no dia 28 de julho de 2007, supostamente para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado Federal, promovido também pelo PSOl. O processo é referente às investigações da Polícia Federal.
Na ocasião, Roriz havia sido flagrado em conversas telefônicas negociando uma suposta partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklin de Moura. A partilha seria feita no escritório do empresário Nenê Constantino, presidente da empresa aérea Gol. As gravações foram realizadas durante a Operação Aquarela, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que investigava um esquema de desvio de dinheiro da instituição bancária.
Na época, o ex-governador negou as acusações e disse que pediu um empréstimo de R$ 300 mil a Nenê para comprar uma bezerra e ajudar um primo.