postado em 10/07/2010 08:28
Mayane Barbosa já está com tudo pronto para a viagem que vai fazer ao município de Ministro Andreazza, em Rondônia. Quando chegar lá, a estudante de ciências sociais da Universidade de Brasília (UnB) pretende pôr em prática todos os projetos que ela e sua equipe prepararam: aulas comunitárias de higiene, estética e saúde; debates sobre raça e etnia, gênero e infância. O estudante Guilherme Xavier, recém-formado em odontologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB), também não vê a hora de trocar a sala de aula pela experiência que vai ter na cidade de Nina Rodrigues, no Maranhão, a 1.831km de Brasília. Ao mesmo tempo, outras quatro equipes de universitários do DF se preparam para dividir o que aprenderam e atender as populações de 99 municípios no Maranhão, em Pernambuco, Rondônia e Goiás.Nos próximos dias, pelo menos 68 alunos de diferentes instituições de ensino superior do DF vão embarcar em missão voluntária pelo Projeto Rondon: 30 são da UnB, 30 da UCB e oito da Faculdade Anhanguera de Brasília. O programa é do governo federal e busca a integração. Comunidades, professores e alunos universitários do Brasil inteiro se ajudam na redescoberta da realidade brasileira por meio de atividades práticas em cidades de todo o país. Nesses cinco anos, mais de 9,8 mil rondonistas estiveram em cerca de 630 municípios brasileiros. O objetivo é oferecer a chance a estudantes universitários de programarem ações que estimulem a cidadania e o desenvolvimento social em lugares mais afastados dos grandes centros urbanos.
;É a oportunidade que nós temos de trocar experiências. Nós oferecemos a acadêmica, e as comunidades, a humana;, explica Mayane. Segundo ela, essa é a maneira que encontrou de devolver à sociedade o que já aprendeu. Mayane faz parte da comissão de oito alunos e dois professores da UnB que viaja na próxima semana para Rondônia. O foco do trabalho dela é em direitos humanos, mas o grupo levará também oficinas com orientações sobre educação, saúde e meio ambiente.
Experiência diferente
Antônio Carlos dos Anjos coordena o Núcleo do Projeto Rondon da UnB e é um dos 22 professores do projeto de extensão, que existe na universidade desde 2005. Para ele, o programa que prevê a multidisciplinaridade tem muito a acrescentar à formação acadêmica e, por isso, a universidade acredita na proposta da atividade. Por meio do Projeto Rondon, nos últimos cinco anos, mais de 600 alunos da UnB estiveram em diferentes cidades do Brasil. Os custos das viagens são todos por conta do governo federal, sob a coordenação do Ministério da Defesa em parceria com outros sete ministérios, além da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Neste ano, a Faculdade Anhanguera participa pela quinta vez do Projeto Rondon. A instituição selecionou oito alunos e dois professores para levarem a Itapecuru-Mirim (MA) atividades e oficinas nas áreas de esporte, gestão pública e sustentabilidade. ;Não tem assistencialismo;, explica o professor Edejan Heise, um dos coordenadores da iniciativa na faculdade. ;Estamos levando integração e cidadania, e traremos de volta a Brasília alunos muito diferentes daqueles que embarcaram, mais motivados e capacitados. E o mercado de trabalho reconhece isso;, garante.
Qualquer instituição de ensino superior do Brasil devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação pode participar do Projeto Rondon. Cada universidade estabelece a própria forma de selecionar sua equipe. Nesta edição, participam 1,2 mil estudantes de 98 instituições do Brasil inteiro. Eles se dividirão em três operações: a Rei do Baião e a Catirina, que concentrarão os trabalhos em Pernambuco e Maranhão; e a Mamoré, que ocorrerá em Rondônia. Além dessas, haverá uma operação em Pirenópolis (GO) liderada pelo Núcleo do Projeto Rondon da UnB.
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