Cidades

Eleitores de Roriz provocam apoiadores de Agnelo

postado em 16/07/2010 07:56
Os dois principais grupos adversários da campanha eleitoral no Distrito Federal tiveram ontem o primeiro embate nas ruas. Ao fazer uma caminhada na avenida comercial do Riacho Fundo I, militantes da dobradinha PT-PMDB foram atiçados por apoiadores do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), que gritaram, fizeram buzinaço e até jogaram bombas caseiras contra os inimigos políticos. Apesar do tumulto, as manifestações contrárias à aliança de Agnelo Queiroz (PT) e Tadeu Filippelli (PMDB) na disputa ao Palácio do Buriti cessaram sem precisar de intervenção policial. Os manifestantes foram embora um pouco antes de terminar o corpo a corpo dos candidatos, no fim da tarde.

O candidato petista chegou com bastante atraso à cidade e acelerou o corpo a corpo: estava acompanhado de Filippelli e de Cristovam BuarqueAntes de começar a caminhada, que atrasou quase duas horas, o grupo opositor já estava no local. Eles ficaram distantes da aglomeração PT-PMDB, na altura da Quadra 14, segurando cartazes com fotos de Roriz e gritando o nome do ex-governador. Os manifestantes dispararam algumas vezes um tipo de bomba, chamada de cabeção, na rua e contra o carro de som que chamava atenção da população para a chegada de Agnelo e Filippelli. Os militantes da coligação Um novo caminho não revidaram as provocações, mas mostraram insatisfação ao esperar tanto tempo pelos candidatos majoritários.

Na agenda oficial, a ação estava marcada para às 14h30, mas Agnelo só chegou ao local às 16h15. Uma das mulheres que seguravam bandeiras do PT agradeceu ao ver Filippelli saindo do carro, por volta das 16h. ;Ainda bem que ele chegou porque o outro (Agnelo), sei lá onde está;, disse ao colega. Mas o vice só começou as andanças no comércio local quando o companheiro de chapa apareceu. Agnelo atrasou porque, depois de visitar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional DF (OAB-DF), Francisco Caputo, e sair da sede da entidade por volta das 13h, foi aparar o cabelo e a barba num salão no Setor Comercial Sul. O petista ainda almoçou com integrantes da coordenação da campanha.

Ao chegar à avenida comercial, Agnelo acelerou o corpo a corpo. Cumprimentou os militantes e foi ao ponto de apoio da coligação, numa quadra perpendicular à avenida. Logo após, saiu acompanhado de Filippelli e do candidato à reeleição ao Senado, Cristovam Buarque (PDT), em direção às lojas. Quando o grupo caminhava na altura da Quadra 14, foi surpreendido pelas manifestações dos rorizistas. Alexander de Lima Lamounier, 25 anos, era um dos mais exaltados. Vestido com uma camisa com dizeres pró-Roriz, ele culpou a aliança PT-PMDB pela exoneração dele da Administração do Riacho Fundo I.

CartazesAlexander de Lima (de azul) era um dos rorizistas mais exaltados
Alexander é filho da ex-administradora da cidade, Antônia Edileuza de Lima, que ocupou o cargo entre 2003 e 2006. Ontem, ela também passou na avenida segurando um cartaz do Roriz dentro de um carro com o adesivo do distrital Paulo Roriz (DEM). Outro veículo circulou no local buzinando contra Agnelo e Filippelli e com pessoas carregando o mesmo cartaz.

Segundo Alexander, seguranças da coligação tentaram coibir a manifestação ameaçando prendê-lo. ;Eles falaram que iam me prender. Quero ver se eles têm coragem de fazer alguma coisa;, esbravejou. Ao tirar satisfações com um dos seguranças, que não deu ouvidos as reclamações, Alexander começou a xingar e chamou o pai para engrossar o coro.

Agnelo avaliou como ;desespero de perder as eleições; o comportamento dos opositores no Riacho Fundo I. ;Eles sabem que estão derrotados. O povo não aceita mais esse tipo de governo. E nós não vamos aceitar provocações. O jogo deles é a despolitização ;, afirmou. A presidente do PT na cidade, Maria do Carmo da Silva, explicou que a polarização é muito forte na cidade e a rivalidade entre os grupos já ;deu até tiro;. ;Com a coligação com o PMDB, ficou mais fácil fazer campanha para o PT na cidade, porque antes tinham áreas proibidas, como o lado da feira. Mas aqui ainda é difícil, é preciso conquistar passo a passo o território;, disse Maria do Carmo.

O número
34.940

Total de eleitores registrados no Riacho Fundo I e II

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