Cidades

Nem o partido quer Brunelli

postado em 16/07/2010 08:03
Se a vida política já estava complicada para o ex-deputado distrital Júnior Brunelli, devido à Operação Caixa de Pandora, agora ela terá de ser, pelo menos, adiada. A Comissão Executiva Nacional do PSC divulgou ontem nota para comunicar a expulsão de Brunelli da legenda. O motivo alegado pelo partido foi o pedido individual de registro de candidatura ao cargo de deputado federal.

Segundo o diretório nacional, o pedido não tem validade jurídica, uma vez que Brunelli não foi escolhido em convenção regional. ;Tal ato por si só representa falta gravíssima e deve ser punida com a expulsão do filiado;, diz a nota assinada pelo presidente nacional do PSC, Vitor Nósseis, e pelo secretário-geral, Antonio Oliboni.

Brunelli ficou marcado pela oração da propina. Ele foi gravado recebendo dinheiro de Durval Barbosa, que denunciou um suposto esquema de corrupção no governo Arruda. Em outro vídeo, o ex-distrital ora pela vida de Durval com o ex-presidente da Câmara Legislativa Leonardo Prudente, que foi filmado colocando dinheiro nas meias.

Devido às denúncias, Brunelli respondia a processo ético no partido, motivo pelo qual não foi escolhido para disputar as eleições. Além disso, ele corria o risco de ter a candidatura impugnada de acordo com a Lei da Ficha Limpa, uma vez que renunciou ao mandato para fugir da cassação.

Mais impugnações
Subiu para 77 o número de pessoas que deverão enfrentar a Justiça Eleitoral para manter as candidaturas no DF. Na última quarta-feira, o Ministério Público Eleitoral (MPE) do DF impugnou mais quatro postulantes a deputado distrital. A lista pode aumentar até domingo, quando será encerrada a análise das candidaturas individuais.

Os quatro impugnados são do PTB, da Coligação Novo Caminho. Conforme adiantou o Correio na edição de ontem, um dos nomes é o da socialite Wilma Magalhães. Ela foi enquadrada na Lei Ficha Limpa por já ter sido condenada em duas ações penais. Os outros três são Osmaldo de Souza, Marcio Valério e Antônio Resende. Eles teriam perdido o prazo para desincompatibilização.

Até ontem, 75 ações de impugnações foram ajuizadas pelo MPE-DF e seis por adversários políticos dos candidatos, em um total de 81 processos que têm como alvo 77 pessoas. Na lista estão quatro pretendentes ao cargo de governador.

Os dois principais candidatos ao GDF dependem da decisão judicial para prosseguir na disputa. Joaquim Roriz (PSC) caiu na Lei da Ficha Limpa por ter renunciado ao mandato de senador para fugir de processo por quebra de decoro parlamentar. Os aliados do ex-governador dizem que ele não pode ser enquadrado na lei que passou a vigorar depois do episódio.

Agnelo Queiroz (PT) foi impugnado pelo PTdoB. O partido alega que o Ministério dos Esportes teve as contas rejeitadas quando Agnelo era responsável pela pasta. A defesa do ex-ministro(1) refuta a ação. Como trunfo, apresentou a manifestação do MPE-DF a favor do deferimento da candidatura. Mas o Ministério Público Eleitoral não recebeu a ação do PTdoB para se manifestar sobre o caso específico.

1 - Danos morais
A coligação encabeçada pelo PT avisou que vai processar o PTdoB por danos morais e por exercício temerário do direito, sob o argumento de que não existe qualquer condenação contra Agnelo que o enquadraria nos impedimentos da Ficha Limpa.


O número
77

Total de candidatos que, até agora, são alvo de ações de impugnação no DF

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