Cidades

No primeiro dia de reabertura dos guichês da Fácil, foram gastos R$ 618 mil

Luiz Calcagno
postado em 20/07/2010 07:00
Um total de 6.922 pais e alunos foram atendidos ontem nos 64 guichês da empresa Fácil Transporte Integrado. O movimento foi intenso em todos os postos de recarga da gestora do programa Passe Livre do Distrito Federal. Não houve confusão, mas o ponto de Samambaia abriu com duas horas de atraso devido a problemas técnicos no sistema de informática da empresa. As filas estavam grandes quando os funcionários chegaram. Dos R$ 3 milhões depositados pela Transporte Urbano do DF (DFTrans), foram gastos ontem R$ 618 mil.

No Setor Comercial Sul, a fila se estendeu por mais de 300 metros. A demora para conseguir a senha e recarregar o cartão provocou muitas reclamaçõesTodos os usuários do passe livre estavam com a recarga atrasada, sendo que 132 mil estudantes esperavam o repasse desde 7 de junho. O dinheiro depositado faz parte dos R$ 20 milhões aprovados pela Câmara Legislativa para o programa no último dia 30. De acordo com a assessoria de imprensa da Fácil, não há expectativa do tempo que deverá durar o repasse.

Os estudantes, maiores interessados na recarga dos cartões, continuam reclamando das longas filas e da incerteza quanto à disponibilidade de dinheiro para programa. A fila no posto do Setor Comercial Sul (SCS) dava voltas no estacionamento. O tempo de espera era de aproximadamente duas horas para pegar a senha e mais 20 minutos para o atendimento.

A demora revoltou os usuários do serviço. A universitária Andréia Giovana Peres Nami, 19 anos, moradora do Núcleo Bandeirante, considerou um desrespeito ter que esperar tanto para efetuar a recarga. Estudante da Universidade Paulista (Unip), ela abastece R$ 88 mensais no cartão e se sente refém do tempo gasto na fila. ;Sem o Fácil, fica complicado estudar. Já é difícil pagar a faculdade. Abasteço o cartão e muitas vezes nem é suficiente;, reclamou.

Eliana Barbosa, 32, é vendedora e mora no Jardim ABC, em São Sebastião. O filho de 7 anos estuda na 508 Sul. Ela soube às 8h que estava havendo recarga. Conseguiu chegar ao posto do Setor Comercial Sul às 10h50, quando a fila chegava a mais de 300m. Esperou o quanto pôde, mas, para não perder o dia de trabalho, foi obrigada adiar a recarga do cartão. ;É muito ruim. Demora e você não sabe se o dinheiro vai durar até a sua vez;, queixou-se.

Algumas pessoas perderam a viagem por falta de documento. José Olegário da Silva, 20 anos, morador do Cruzeiro, não sabia que estudantes de nível fundamental e médio só realizam a recarga se estiverem com cadastro do ano letivo atualizado. ;Cheguei às 8h, mas como precisei de atualizar o cadastro, tive que ir até o Senac resolver isso. Minha sorte foi que uma colega me avisou, senão, teria ficado duas horas na fila só para descobrir isso;, disse.

Onde recarregar*

Setor Comercial Sul
Ed. Palácio do Comércio, Quadra 2, Bloco B ; Térreo, salas 1 e 2

Taguatinga
C10, Lote 15, Loja 1, Taguatinga Centro (em frente à entrada do Colégio EIT)

Sobradinho
Quadra Central (Bloco K, Ed. Varandas Shopping, Lojas 18 a 21, próximo à Feira Modelo)

Gama
Terminal Rodoviário do Setor Central do Gama, lojas 22 a 25

Samambaia
QN 318, Conjunto 2, Lote 1

*Horário de atendimento das 8h às 17h.

; Entenda o caso
Norma pode mudar
Desde o início do ano letivo, quando entrou em vigor o programa Passe Livre, o dinheiro repassado pelo GDF à Empresa Fácil tem sido insuficiente para atender à demanda. Em 30 de junho último, a Câmara Legislativa aprovou um repasse de R$ 20 milhões para a Fácil. Os distritais aprovaram também, com alterações, projeto de lei, de autoria do Executivo, que limitava a concessão do benefício. Diferentemente do que pretendia o governo, os deputados excluíram o limite de até três salários mínimos (R$ 1.530), garantindo que todos os estudantes, independentemente da renda familiar, tenham acesso ao benefício. O governador Rogério Rosso tem até sexta-feira próxima para sancionar ou vetar as mudanças do Legislativo ao projeto.

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