Os cerca de 70 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que ocuparam a recepção da sede da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) na segunda-feira (19/7), permanecem no local na manhã desta terça-feira (20/7). De acordo com um dos líderes do movimento, Zezito Alves, desde o início da manhã acontece a reintegração do terreno ocupado por eles em Brazlândia. Segundo o integrante do MTST, as pessoas que estão sendo retiradas do acampamento também irão para a Terracap ainda esta manhã. "Não vamos sair daqui sem uma moradia, vamos resistir até o fim", conta.
Segundo a assessoria de imprensa da Terracap, o presidente, Dalmo Costa, deve receber os manifestantes ainda hoje para discutir sobre o destino das famílias. A Secretaria de Ordem Pública (Seops), com o apoio da Subsecretaria de Defesa do Solo e da Água (Sudesa), informou que a operação no terreno invadido acontece desde 7h e que já foram feitas outras quatro operações no local, entre janeiro e fevereiro.
Entenda o caso
Integrantes do MTST ocuparam a recepção da sede da Terracap por volta de 10h desta segunda (19/7), reivindicando que uma operação da Polícia Militar, para a retirada de um acampamento em Brazlândia, fosse suspensa.
De acordo com um dos coordenadores do movimento no Distrito Federal, Edson da Silva, a retirada do terreno estava marcada para 14h desta segunda. No entanto, após uma reunião com o presidente da companhia, ficou definido que os manifestantes poderiam ficar no local até hoje.
Durante o encontro foi agendada, ainda, uma reunião para negociações na próxima segunda-feira. "Cerca de 800 famílias vivem nesse terreno e só queremos o direito à moradia", conta Edson.
Guilherme Castro, um dos líderes do movimento, participou da reunião e anunciou que o protesto continuará até que seja estabelecido um prazo mínimo de 15 dias de permanência dos manifestantes em Brazlândia.
Acampamento
O acampamento foi montado, na última sexta-feira (16/7), em um terreno de aproximadamente 100 mil m;, na quadra 55 de Brazlândia. Segundo o candidato ao Governo do Distrito Federal, Rodrigo Dantas (PSTU), que apoiava o protesto, as terras são usadas para plantação ilegal de eucalipto. "É uma questão social, tem de ser aberta à negociação, já que há recursos para isso".
Marissol Araújo, 32 anos, participa do movimento e conta que foi construída uma garagem, de uma empresa de ônibus, para dar acesso à propriedade. Além disso, ela explica que é uma atividade em expansão na região. "Lá é área pública e a plantação causa impacto ambiental, mas para isso o governo não abre os olhos. Preferem eucaliptos a pessoas".