postado em 22/07/2010 07:00
Um jovem de 24 anos com passagens na polícia por furto, estelionato (1), ameaça e injúria ; além de três processos em andamento e uma condenação no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) ; é o principal suspeito pelo furto ocorrido no último dia 4 no subsolo do Instituto Central de Ciências da Universidade de Brasília (UnB). Na ocasião, Robert Alves Rebelo teria levado uma câmera e dois laptops da UnB TV. A ação foi gravada pelo circuito interno de câmeras de segurança. Essa não é a primeira vez que o suspeito atua da mesma maneira. Na Câmara dos Deputados, existem três inquéritos a que Robert responde pelo furto de carteiras e pertences de servidores da Casa. No Ministério de Minas e Energia, o jovem infrator também é investigado por igual motivo.A tática utilizada pelo acusado é sempre a mesma. Ele entra nos lugares como se estivesse à procura de algum conhecido. Circulando no local escolhido, abre as portas das salas com naturalidade, em busca de espaços vazios. Ao ser indagado sobre o que quer, o jovem conta uma história bem ensaiada sem perder o controle. Para não ser reconhecido com facilidade, Robert costuma mudar a aparência. Na ação da UnB, o jovem está de camisa e calça social, com barba por fazer. Nos furtos na Câmara, ele ora aparece de óculos, com cabelo liso e uma mochila; ora utiliza uma echarpe ou roupas mais informais, com uma bolsa a tiracolo.
Apesar de a Polícia Federal não se pronunciar sobre o assunto, nem confirmar a investigação do suspeito, a mãe do acusado, Suizete Alves do Santos, afirma ter reconhecido o filho nas imagens da UnB veiculadas pela mídia. ;É ele mesmo;, afirmou a mulher ao Correio. Ela disse que não vê o filho desde 2007 e que está sob o efeito de remédios. ;Os policiais vieram aqui em casa e pediram para não ficar comentando o assunto. Estou esperando eles me procurarem de novo com alguma novidade. Meu filho não apareceu aqui;, afirmou a mãe dizendo-se desesperada.
Robert responde a três processos por furto e foi condenado em primeira instância por estelionato. Na Câmara dos Deputados, as atuações do jovem ocorreram em 2006 e 2008. Todas as vezes, ele furtou carteiras e cartões de créditos que estavam nas salas das vítimas. Muitos dos cartões foram utilizados pelo acusado para fazer compras em shoppings da cidade. Em um dos casos, Robert chegou a encontrar a vítima ao sair da sala, logo após cometer o crime. Com a carteira furtada na mão, imagens do circuito interno de segurança da Câmara dos Deputados mostram Robert conversando com a mulher e explicando o que fazia no local. Segundos depois, ele se retira, andando tranquilamente pelo corredor. Com a naturalidade da situação, a servidora nem sequer percebe que ele carrega o objeto do furto. ;Ele chegou a ser ouvido aqui na Câmara, veio acompanhado por um advogado e permaneceu em silêncio;, lembra o chefe da Coordenação de Polícia Judiciária da Câmara Legislativa, Antônio Carlos Croner de Abreu.
Segundo Abreu, casos do tipo são comuns na Casa. ;Nesses casos são furtados celulares, carteiras, microfones. Mas nosso sistema de identificação, aliado às imagens registradas pelas câmeras de segurança, possibilita que a gente chegue até os responsáveis;, considera. Como os inquéritos ainda estão em andamento, a entrada de Robert na Casa não pode ser proibida. Porém, caso ele retorne ao local, após se identificar, um alerta será encaminhado à segurança da Câmara para que fique atenta à presença do suspeito. A Delegacia Fazendária da Polícia Federal, responsável pela investigação dos furtos na UnB, não quis se pronunciar sobre o caso.
1 - Crime econômico
O estelionato consiste em obter vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício ou qualquer outro meio fraudulento. O crime pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha a intenção de induzir ou manter outra em desvantagem.