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Lojistas preveem que o Dia dos Pais elevará em 6% as vendas em relação a 2009

postado em 23/07/2010 07:00
Não importa se o consumidor brasiliense despendeu muitos e muitos reais no primeiro semestre deste ano, com material escolar, impostos, viagens, Dia das Mães, festa junina, Dia dos Namorados e Copa do Mundo. Ainda assim, a expectativa dos varejistas do Distrito Federal é de um Dia dos Pais com bom faturamento. Empolgados com a economia brasileira aquecida e com os resultados positivos do primeiro semestre de 2010, eles acreditam que o consumidor está confiante e esperam crescimento de até 6% nas vendas em relação ao ano passado. A data é considerada de menor importância no calendário do comércio. Ocupa o quarto lugar no ranking das que mais puxam as vendas, atrás do Natal, do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, ficando à frente apenas do Dia das Crianças.

Um dos motivos é que os homenageados ganham mimos mais baratos do que em ocasiões análogas. ;O Dia dos Pais é caracterizado por presentes de menor valor, porque o homem ainda controla o orçamento de muitas famílias. Ele tende a liberar menos dinheiro;, analisa o consultor de varejo Alexandre Ayres, proprietário da empresa Neocom. Outra razão é que o brasileiro manifesta mais carinho pela mãe. Por fim, a comemoração ocorre em uma altura do ano em que o consumidor já fez despesas pesadas para o orçamento das famílias.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio-DF), Miguel Setembrino, diz que os lojistas, otimistas com os bons números alcançados de janeiro a junho, apontados pela Pesquisa Conjuntural Fecomércio-DF, estão empenhados em liquidações e devem renovar os estoques para agosto. ;Julho é um período de retração mesmo, você pode ver que a cidade toda está liquidando. Mas esperamos recuperação com o Dia dos Pais;, afirmou Setembrino, que preferiu não adiantar uma projeção de alta nas vendas para a data. Segundo ele, o Instituto Fecomércio divulgará levantamento sobre o assunto nos próximos dias.

Projeção
A Câmara dos Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF) projeta alta nas vendas de 4% a 6%. De acordo com Geraldo Araújo, vice-presidente da entidade, a expectativa se fundamenta no fato de os comerciantes terem conseguido cravar incremento de 6% nos negócios no primeiro semestre frente a igual período de 2009. Os dados são de levantamento da própria CDL. ;O Dia dos Pais será mais modesto, mas terá boas vendas;, acredita. Segundo ele, o valor médio do presente deve ficar em R$ 70. Para as mães, ficou em R$ 75.

O Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista-DF) estima alta de 6% nas vendas do Dia dos Pais este ano com relação a 2009, e que os segmentos mais beneficiados devem ser os de confecções, calçados, artigos esportivos e eletroeletrônicos.

As secretárias Michelly Sampaio, 24 anos, e Hester Lopes, 23, contam que pretendem gastar até R$ 100 com presentes para seus pais e namorados. As amigas foram ontem a um shopping com filhas e sobrinhas para dar uma olhada nos preços. Os estudantes Davi Moraes da Silva, 16, e Lucas Dantas, 17, também pretendem gastar cada um na faixa de R$ 50 com os pais. ;O presente da mãe é mais difícil e mais caro. Mulher é mais detalhista;, opina Davi. ;Para homem, basta uma camisa polo, uma calça;, pondera Lucas.

Para saber mais
Começou na Babilônia

O primeiro registro que se tem de algo parecido com o Dia dos Pais vem da antiga Babilônia. Há mais de 4 mil anos, um jovem chamado Elmesu moldou em argila um cartão em que desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai. Nos Estados Unidos, Sonora Luise resolveu criar o Dia dos Pais em 1909, motivada pela admiração que sentia por seu pai, William Jackson Smart. O interesse pela data difundiu-se da cidade de Spokane para todo o estado de Washington e daí tornou-se uma festa nacional. Em 1972, o presidente americano Richard Nixon oficializou o Dia dos Pais. Nos EUA, ele é comemorado no terceiro domingo de junho. Em Portugal, em 19 de março. No Brasil, é celebrado no segundo domingo de agosto. A criação da data em terras canarinhas é atribuída ao publicitário Sylvio Bhering, em meados da década de 1950. Ela teria relação com o fato de 14 de agosto ser Dia do Padrinho, segundo a tradição católica.

; Ouça:
Alexandre Ayres,
consultor de varejo dono da empresa Neocom, fala sobre comportamento do consumidor e como deve ser o comércio no Dia dos Pais

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