postado em 23/07/2010 20:35
Os depoimentos sobre o caso do bebê que teria nascido sem acompanhamento médico no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) ainda não acabaram. O delegado-chefe da 15; Delegacia de Polícia (Ceilândia), Onofre de Morais, deve ouvir um terceiro médico na próxima quarta-feira (28/7).Nesta sexta-feira (23/7) o delegado Onofre ouviu dois médicos obstetras. A primeira, de nome não divulgado, depôs na DP e disse que foi a primeira a fazer avalição na mãe da criança, Isabel Cristina da Silva, 33 anos. A obstetra teria feito uma avalição às 4h e outras duas às 6h. De acordo com ela, a paciente estaria bem, com os batimentos tranquilos e o parto ainda demoraria.
De acordo com o depoimento da médica, outro obstetra, também de nome não divulgado, teria assumido o plantão em seguida, realizando três novas avaliações na gestante. Segundo o delegado, o médico disse em depoimento que na última avaliação, realizada antes das 7h, a paciente estava com 10cm de dilatação e o parto, que seria normal, iria demorar de 20 a 40 minutos.
De acordo com o delegado, o obstetra disse que teria deixado Isabel no centro obstétrico com duas estagiárias de medicina e duas técnicas em enfermagem. "Ele falou que uma enfermeira o chamou às pressas para atender uma outra gestante, que chegou febril e gripada ao pronto-socorro do HRC", disse Onofre. Além disso, o médico também comentou que o marido dessa outra paciente estaria exaltado, ameçando agredir os funcionários do hospital.
O médico afirmou ainda que seu plantão acabou enquanto atendia a segunda gestante. Ele também declarou que um outro médico assumiu o plantão e seria dele a responsabilidade de realizar o parto.
Segundo o delegado, esse outro médico chegou a fazer o exame de toque em Isabel da Silva e constatou que o bebê estava coroando, ou seja, prestes a nascer. "Ele teria se retirado do local dizendo que ia buscar material para o parto, porém, não voltou mais", afirmou Onofre.
As duas estagiárias e as técnicas em enfermagem acabaram fazendo o parto. O bebê nasceu com parada respiratória e com os batimentos cardíacos alterados. Um pediatra teria reanimado o recém-nascido.