Cidades

Transporte público é um desafio para os candidatos

Candidatos ao Palácio do Buriti estabeleceram metas para a área, como a ampliação do metrô e construção de estacionamentos subterrâneos, inclusive na Esplanada dos Ministérios. Nem a volta das vans do sistema alternativo está descartada nas propostas

Juliana Boechat
postado em 30/07/2010 07:00
O caos no transporte público do Distrito Federal está entre os principais temas de debate dos candidatos que disputam as eleições deste ano. As propostas preveem ampliação da linha de metrô, implantação de ciclovias, melhorias no sistema rodoviário e até mesmo a expansão das áreas de estacionamento ; inclusive na parte subterrânea da Esplanada dos Ministérios. Lado a lado com saúde, educação e segurança, a questão do transporte tem interferência direta na vida da população. Muitas pessoas moram nas regiões administrativas que cercam a capital federal e dependem de ônibus, trem ou carro para chegar ao trabalho. As reclamações diárias dos passageiros tratam da má condição dos veículos, do valor elevado das passagens e dos congestionamentos. Em ano eleitoral, os usuários do transporte coletivo enfrentaram paralisações dos rodoviários e panes no sistema metroviário.

Candidatos ao Palácio do Buriti estabeleceram metas para a área, como a ampliação do metrô e construção de estacionamentos subterrâneos, inclusive na Esplanada dos Ministérios. Nem a volta das vans do sistema alternativo está descartada nas propostasAlém de incrementar o transporte coletivo, o futuro governante deverá pensar em soluções voltadas à grande quantidade de carros que circulam nas ruas da cidade ; são mais de 2 milhões. Segundo levantamento do Departamento de Trânsito (Detran), a cada ano, cerca de 100 mil veículos a mais tomam conta das ruas do DF. Esta realidade se reflete nos constantes engarrafamentos e na quantidade insuficiente de estacionamento para tantos veículos. Para amenizar os atuais problemas, o candidato a governador Agnelo Queiroz (PT) promete dar prioridade ao transporte coletivo, caso assuma o Palácio do Buriti em 1; de janeiro de 2011. No seu plano de governo, o petista garante a regularização da prestação de serviços de transporte é uma forma de tentar coibir a clandestinidade no setor. E ainda ;romper o atual monopólio empresarial; com a renovação de concessões públicas e licitações.

Entre as propostas de Agnelo está a implantação do Plano Diretor de Transporte Público Coletivo. Segundo o ex-secretário nacional de Transportes Urbanos do Ministério dos Transportes e um dos responsáveis pelo setor na campanha petista, José Luiz Valente, a ideia é montar um fórum para pensar nas questões relacionadas à área a longo prazo. ;A ideia é fazer um fórum para discutir ideias e elaborar um plano diretor. Algumas questões são óbvias: a necessidade de ampliar a abrangência do metrô e o funcionamento integrado das linhas de ônibus;, explicou. Ele aposta ainda na possível implantação do Veículo Leve sobre Pneus, seguindo os moldes do transporte público de Curitiba. ;Mais na frente podemos chegar ao ponto de ter um bilhete único que dure até duas horas e meia nas mãos do passageiro. Além de ciclovias decentes para o DF;, disse.

Importância
O principal adversário político de Agnelo nessas eleições, Joaquim Roriz (PSC), é mais ousado. Ele quer levar o metrô a todas as regiões administrativas do Distrito Federal e à cidade de Águas Lindas (GO), caso ganhe nas urnas. Ele considera de grande importância a ampliação do sistema de transporte alternativo e a instalação de um trem de média velocidade para ligar Brasília e Goiânia, passando por Luziânia (GO). ;Temos que melhorar todo o sistema de transporte no DF. Temos que melhorar os ônibus, os micro-ônibus e ter um trem de velocidade. Isso é distribuição de riquezas;, disse Roriz em um evento com as cooperativas de micro-ônibus, no início do período eleitoral. Ele não descarta a volta das vans, como forma de dar espaço a todos os tipos de transporte.

Quando José Roberto Arruda assumiu o GDF, em 2007, retirou as vans das ruas com a promessa de implantar o sistema de micro-ônibus com catraca. Grande parte dos motoristas e dos cobradores desse novo sistema é oriunda do período das vans. Mas as cooperativas reclamam que as linhas circulares mais lucrativas ficaram nas mãos dos grandes empresários do transporte público na cidade. Além de prometer a renovação da atual frota de ônibus e aperfeiçoar os horários e as rotas do transporte rodoviário alternativo, Roriz prevê um estacionamento subterrâneo para a Esplanada dos Ministérios. Dessa forma, ele acredita que diminuirá os engarrafamentos e a falta de espaço no coração de Brasília.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação