Cidades

Americanos do programa de intercâmbio cultural Jovens Embaixadores chegam a Brasília

postado em 03/08/2010 08:03
Os adolescentes que estão em Brasília visitaram os monumentos e, daqui, partem para outras cidadesO deslumbrante pôr do sol visto do Pontão do Lago Sul foi o cartão de visitas de Brasília para os 13 americanos do programa de intercâmbio cultural Jovens Embaixadores, promovido pelo governo dos Estados Unidos. O grupo, que chegou ontem e fica até a próxima quinta-feira, ainda vai visitar os monumentos de praxe ; como a Catedral ;, ter uma aula sobre a história da capital e aprender algumas expressões básicas em nossa língua. Depois os jovens serão divididos entre cinco cidades do país, onde se hospedarão em casas de família inscritas.

;Quase todos eles são viajantes inexperientes, nenhum jamais veio à América do Sul. A ideia é que aprendam mais sobre o Brasil e também tragam um pouco dos Estados Unidos para cá;, resume a coordenadora-geral do projeto, Márcia Mizuno. Ela espera que alguns estereótipos caiam por terra. ;Conversamos bastante sobre isso antes de chegar aqui;, revela Cara Graves, representante da organização não governamental americana World Learning, responsável pela implementação do programa. ;Em geral, eles viam os brasileiros como um povo muito sensual, que ama o futebol e dança salsa;, observa, sorrindo.

;Acho que vou aprender mais sobre mim, sobre como lidar com pessoas que não falam meu idioma;, prevê o tímido Seth Amos, de 17 anos, vindo da cidade de Tulsa. Ele gagueja ao pronunciar os títulos originais dos únicos filmes nacionais a que assistiu: Cidade de Deus e Tropa de Elite. Ele não tem medo de topar com uma das cenas violentas que viu no cinema. ;Sei que o Brasil tem muita pobreza, mas também tem pessoas felizes e abertas a conhecer gente nova;, comenta.

Para serem recrutados, os jovens embaixadores, que têm entre 15 e 18 anos, precisaram mostrar que tiram boas notas no colégio, têm perfil de líder e prestam serviços voluntários há pelo menos um ano. Eles vão conhecer projetos sociais que os inspirem a levar novas propostas de trabalho a seu país de origem. O programa deve trazer norte-americanos todo ano e se espelha na versão brasileira, que foi criada pela embaixada dos Estados Unidos e está a caminho de sua nona edição, agendada para 2011.

Meio ambiente
Mia Stroutsos, 17 anos, ajuda na restauração de áreas desmatadas nos arredores em Seattle, onde mora. ;Esse programa tem muito a me oferecer, o Brasil é bem ligado à área do meio ambiente;, acredita. Empolgada, diz que sua vida será repartida entre antes e depois da viagem. ;Amo viajar, mas dessa vez é algo totalmente diferente. É a coisa mais louca que já me aconteceu.; Ela mal chegou e já se queixa da tristeza da partida, marcada para o dia 20 deste mês: ;Acho que vou voltar deprimida;.

Após Brasília, Mia segue para Curitiba (PR). Seth vai para o outro extremo do mapa: Manaus (AM), onde navegará pelas águas dos rios Negro e Solimões. Ele recebeu fotos da família que vai alojá-lo. ;Tem muito verde, parece ser muito úmido e tropical. Lembra Miami;, compara. O desafio de se comunicar com pessoas que não falam seu idioma o estimula. ;Vou aprender muito sobre mim e, provavelmente, vou perceber que somos muito parecidos, independentemente da língua que falamos.; Mia complementa: ;Vou mudar toda a percepção que tenho do mundo e do meu lugar nele;. Ela, que escreve um diário de viagem, quer divulgar o que descobrir por aqui. ;Meus amigos estão ansiosos para ouvir minhas histórias.;

Para que os relatos não sejam constrangedores, os jovens ouviram as dicas de Phil Kubiske, 22 anos, que costuma passar as férias no Brasil. ;Alertei sobre coisas muito simples. Por exemplo, falei que os brasileiros se tratam de forma muito próxima e se cumprimentam com beijos nas bochechas;, resume. Ele esclarece que os americanos se dão apertos de mão. Apesar do estranhamento natural que surge quando se lida com culturas diferentes, Phil observa que as semelhanças são mais comuns. ;Eles devem perceber que, onde quer que estejam, o que mais importa são as amizades que acabam fazendo;, ressalta.

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