Cidades

Brechós ganham espaço em Brasília

No passado, associados a espaços de objetos de segunda mão, sem muito valor, hoje os brechós são chiques. Produtos de marcas famosas a preços bastante acessíveis estarão no 1º Bazar da Revista do Correio, marcado para 18 e 19 de setembro

postado em 06/08/2010 08:33
Comprar em brechó virou coisa chique de verdade. Seguindo uma tendência mundial, Brasília aderiu à moda do usado, mas não de qualquer usado. Os lugares onde roupas e acessórios ganham novos donos deixaram de ser encarados como cafofos frequentados por gente de gosto duvidoso. As marcas carimbadas nas etiquetas das madames estão lá nas prateleiras, não mais empoeiradas. Bolsas Louis Vuitton, blazers Christian Dior, óculos Channel: não duvide do que você pode encontrar em um brechó. No Distrito Federal, já são cerca de 15, quase todos abertos nos últimos cinco anos.

Bruna diz que o preço costuma ser a metade dos produtos em lojasEm setembro, profissionais e amantes da moda se reunirão no 1; Bazar da Revista do Correio, que, claro, contará com um brechó(1), dos mais chiques. Na lista de itens expostos, haverá calças jeans, bolsas, sapatos, vestidos, óculos escuros, colares, saias. Tudo de grandes marcas, com preços que podem chegar a 70% do valor original. O espaço será coordenado pela equipe do brechó Peça Rara (307 e 408 Sul), um dos mais badalados da cidade e parceiro do evento, criado para homenagear os cinco anos da revista. A moda é um dos temas mais prestigiados pelos leitores da publicação dominical.

Os brechós conquistaram o varejo da capital do país aos poucos. Atentos a uma mudança de comportamento dos consumidores, shoppings e feiras passaram a investir nas araras de peças seminovas como estratégia para conquistar clientes. Consultores de moda sustentam que ficou para trás o tempo em que comprar itens usados soava estranho. As mulheres, maioria nos brechós, perderam a vergonha de confessar que a bolsa, a jaqueta ou o colar que usam não saíram de uma loja comum.

Consignação
A mania dos brechós faz dinheiro circular na cidade. Quase todos esses estabelecimentos trabalham com esquema de consignação. Do valor pago pelo cliente, entre 30% e 50% fica com o lojista e o restante com a pessoa que ofereceu o produto. Antes de ocupar as prateleiras, no entanto, as peças passam por uma análise rigorosa. ;Tem gente que chega com malas cheias de coisas e acha que tudo vai ser aproveitado. Não é assim que funciona;, comenta Bruna Vasconi, proprietária do Peça Rara.

Na loja de Bruna, a demanda cresceu tanto que foi preciso montar uma agenda de atendimento. Até setembro, mês do 1; Bazar da Revista, os horários estão todos os ocupados. Mas leitores do Correio que participarem de sorteios via Twitter (veja detalhes no quadro) podem ganhar a oportunidade de ter produtos à venda no evento. A proprietária do Peça Rara reforça que a prioridade são peças ainda na moda. ;Não priorizamos a grife ou a etiqueta. Podem ser roupas e acessórios de lojas de departamento, desde que não sejam ultrapassadas;, completa.

Quem usa o brechó para passar adiante itens que não quer mais encara a atividade como hobby, mas não duvida da rentabilidade dele. Há clientes de Bruna, por exemplo, que chegam a ganhar até R$ 4 mil em um único mês de parceria. ;Cerca de 90% do que as pessoas colocam à venda saem antes de 30 dias, com exceção de peças muito antigas ou com valores mais altos;, conta. O preço da etiqueta é definido em conjunto pelos donos dos produtos e do brechó. A avaliação é subjetiva. ;Normalmente, o preço é pelo menos a metade do que aquele que a pessoa encontraria na loja;, adianta Bruna.

Mania
Há dois anos, a dona de casa Rosimeire Rocha, 41 anos, descobriu os brechós. Desde então, visitar as lojas de seminovos se transformou quase em um vício. Pelo menos duas vezes por semana, ela sai do Guará, onde mora, para um brechó na Asa Sul. A cada visita, gasta, em média, R$ 250. ;Quando vou ao shopping, compro uma coisa ou outra. Aqui, é tanta coisa interessante e diferente que sempre compro mais;, compara. Foi uma amiga que a falou do brechó. ;Isso aqui é coisa chique;, diz Rosimeire, que usava uma bolsa e um sapato usados.

A mania dos brechós ganha força com o avanço do conceito de reutilização de roupas e acessórios. Há quem use um sapato duas ou três vezes e já deseje algo novo. Assim, itens quase novos acabam sendo passados adiante por preços bem abaixo do mercado.

1 - Antigos e usados
Brechó, segundo os dicionários, designa um estabelecimento comercial onde compra-se e vende-se objetos antigos e usados. A palavra é derivada da palavra belchior ; o nome do comerciante que montou no Rio de Janeiro a primeira casa de compra e venda de roupas e objetos usados, no século 19.

O número
R$ 600 milhões
Estimativa de quanto o mercado da moda movimenta no Distrito Federal por ano


Participe

Siga o Twitter da Revista (@revistadocorreio) e participe da promoção. A partir de 23 de agosto até 15 de setembro, o Brechó Peça Rara vai reservar um horário por dia para os leitores que quiserem ter suas peças usadas avaliadas. Algumas serão escolhidas para venda no espaço do brechó no Bazar da Revista. É uma oportunidade de garantir uma vaga na agenda do Peça Rara, que está com os horários de atendimento ao público lotados até setembro. Os sorteios serão semanais, às sextas-feiras, a partir de 20 de agosto. Acompanhe os detalhes da promoção pelo Twitter da Revista.


Compras e diversão

Além do brechó chique, o 1; Bazar da Revista do Correio será um espaço para entretenimento e para fazer negócios. Durante o fim de semana, haverá uma série de workshops relacionados a moda, beleza, comportamento e estilo. Quem for ao Pontão do Lago Sul poderá ficar por dentro das mais

atuais técnicas de automaquiagem e aprender truques com profissionais especializados em consultoria de moda. O evento terá ainda uma oficina de customização, em que os visitantes terão a oportunidade de transformar peças simples do vestuário em itens fashion.

O espaço onde funcionará o bazar terá 240 metros quadrados. Vinte marcas já confirmaram presença, entre elas as masculinas VR Mens Wear, Calvin Klein e Aviator. O público feminino terá à disposição peças das grifes Magrella e Carola, bijuterias da Dondoca Atrevida, acessórios da Bonequinha de Luxo (acessórios). A promessa dos parceiros é vender itens das novas coleções e com bons descontos.


Programe-se

1; Bazar da Revista do Correio
; Dias 18 e 19 de setembro (sábado e domingo), no Pontão do Lago Sul, das 10h às 22h
; Entrada gratuita

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