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Mais lotes à venda no Noroeste

Suspensas há oito meses, as licitações para a comercialização de áreas no futuro bairro serão retomadas pela Terracap. O próximo edital previsto para o fim do mês deverá incluir 18 espaços comerciais

Helena Mader
postado em 07/08/2010 07:00

O governo estuda impor limites ao adensamento populacional do novo bairro para evitar que a comunidade ultrapasse 40 mil pessoas, o que complicaria o trânsitoOito meses depois da última venda de lotes no Setor Noroeste, o governo vai retomar as licitações de terrenos no novo bairro. A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) quer incluir 18 lotes comerciais no edital que será lançado no fim deste mês. Nessa concorrência pública, não serão vendidos terrenos residenciais. O objetivo do GDF é acelerar a consolidação do bairro e oferecer ao mercado opções diferenciadas de imóveis. Nos lotes comerciais, podem ser construídas lojas, salas comerciais e também quitinetes residenciais ; que têm alta procura no setor imobiliário.

O governo não vende lotes no Noroeste desde dezembro do ano passado. Os técnicos da Terracap estudaram o mercado para escolher o melhor momento de lançar novas licitações. Até agora, foram realizadas três concorrências públicas, nas quais o GDF vendeu nove quadras residenciais inteiras, com um total de 99 projeções para prédios. No primeiro edital, aberto em janeiro do ano passado, a Terracap licitou 10 lotes comerciais, a um preço médio de R$ 3,2 milhões cada uma.

Vinte meses depois das primeiras vendas, a expectativa é que esses imóveis comerciais alcancem um preço bem superior. O gerente comercial da Terracap, Marcelo Fagundes, explica que o governo decidiu comercializar terrenos para lojas, salas e quitinetes depois da venda de um alto número de projeções residenciais. ;Para os empresários, não teria sentido manter lojas em uma área sem nenhuma residência. A tendência agora é que as duas áreas se consolidem juntas;, afirma Marcelo.

O gerente comercial da companhia explica por que o governo esperou oito meses para lançar novas licitações. A previsão inicial era a abertura de concorrência pública a cada dois meses. ;O GDF preferiu aguardar o avanço das obras de infraestrutura;, afirma Marcelo Fagundes. As projeções comerciais têm, em média, 900 metros quadrados. Nesses terrenos, é possível construir até 2.286 metros quadrados. O governo decidiu autorizar quitinetes e apartamentos de um quarto nesses prédios comerciais para evitar o uso de salas como imóveis residenciais ; a exemplo do que acontece hoje no Sudoeste e na Asa Norte. Assim, os prédios já são previstos para essa finalidade, com a exigência de construção de garagens.

Limitador
Diante da grande demanda por apartamentos no Setor Noroeste, o governo estuda controlar o tamanho médio das unidades para que o número de moradores não extrapole o programado para a região ; 40 mil pessoas. Hoje não há normas rígidas sobre a quantidade de moradores ou de apartamentos por quadra e a Seduma receia que uma explosão da venda de imóveis de um quarto contribua para o inchaço populacional da região.

Dos 30 empreendimentos residenciais lançados até agora, apenas um tem apartamentos de um quarto. O edifício será construído na quadra SQNW 300. Mas novos projetos para outros prédios já foram apresentados na Administração de Brasília. Os apartamentos menores têm área entre 35 e 45 metros quadrados. O Ministério Público do DF pediu informações ao GDF e cobrou medidas para conter o crescimento exagerado. ;Os apartamentos menores devem ficar restritos às áreas comerciais. O Noroeste faz parte da área tombada(1) e precisa de parâmetros;, diz o promotor de Defesa da Ordem Urbanística Paulo José Leite.

O presidente da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário, Adalberto Valadão, critica a ideia do limitador. ;Não tem sentido criar essa discriminação dentro de um bairro. Será que solteiros ou casais sem filhos não podem morar no Noroeste?;, questiona Valadão. ;Há demanda para todos os tipos de apartamento e a maioria dos empreendimentos é de dois quartos. Essa informação de que haveria uma explosão de apartamentos de um quarto não passa de boato. Dos 30 empreendimentos lançados até agora, apenas um é formado por imóveis de um quarto;, afirma o presidente da Ademi.

A Seduma explica que o governo vai estudar a hipótese de criar um limitador. ;O GDF decidiu avaliar a realidade atual para definir, se necessário, um limitador para reforçar o que foi planejado para o Setor Noroeste. Esse instrumento serviria para estabelecer as densidades por quadra e o número de unidades habitacionais;, diz nota oficial divulgada pela Seduma.

1 - Normas
O Setor Noroeste tem que seguir as mesmas normas estabelecidas para os prédios das asas Sul e Norte e do Sudoeste, ou seja, os edifícios nessa região não podem ter mais do que seis pavimentos. O novo bairro terá também uma unidade ecológica, o Parque Burle Marx, cujo projeto urbanístico é integrado ao Noroeste.


Batalha contra o Plano Diretor
O Ministério Público do DF e Territórios vai continuar na batalha jurídica para cancelar o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), aprovado em abril do ano passado. O MPDFT vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão do Tribunal de Justiça do DF que, em maio, suspendeu apenas 60 artigos da lei. O Ministério Público, autor da ação direta de inconstitucionalidade que questiona o Plano Diretor, quer a suspensão de todo o Pdot.

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