Juliana Boechat
postado em 10/08/2010 07:00
Desde a ultima quarta-feira, quando o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) barrou o registro de candidatura de Joaquim Roriz (PSC), o candidato a governador do Distrito Federal tem dedicado boa parte do tempo a explicações. No encontro com pastores de igrejas independentes do DF e do Entorno, na tarde de ontem, ele voltou a dizer que está vivo na disputa eleitoral e pediu para os evangélicos divulgarem o recado dele nas igrejas. O grupo foi ao escritório político de Roriz no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) para prestar apoio ao político. Os mais determinados esperaram o ex-governador por mais de duas horas. O encontro estava marcado para as 16h, mas a falta de luz no bairro fez com que a reunião só começasse por volta das 18h30.Um grande galpão havia sido enfeitado para recepcionar os religiosos. Mas com a demora e o quorum abaixo do esperado, todos foram levados para uma sala de reuniões. Os pastores pouco falaram. ;Não me nivelo por baixo. Eles estão preocupados em destruir, eu quero construir. Cada dia eles pioram e a gente melhora, eles se desesperam. Esquecem que eu já os derrotei antes;, disse Roriz em referência a adversários políticos. O candidato do PSC responsabiliza os petistas pela divulgação de denúncias contra ele e por quererem tirá-lo da disputa no tapetão. ;O único que pode me tirar da disputa é o Supremo Tribunal Federal. Aí, eu aceito. Mas estou confiante na vitória, sou homem de bem e de bens. Não preciso de doações para realizar uma campanha;, garantiu. Ao fim, provocou novamente os petistas: ;Quero saber se meu adversário tem alguma receptividade. Ele sai correndo para pegar na mão dos outros. E eu saio correndo porque é gente demais;.
Às 20h, Roriz chegou ao Arapoanga, expansão de Planaltina, para mais uma inauguração de comitê político. Em seguida, dirigiu-se para Sobradinho. Ele estava acompanhado da candidata ao Senado Maria de Lourdes Abadia (1) (PSDB) e de postulantes a deputados federais. O candidato a vice-governador da Coligação Esperança Renovada, Jofran Frejat (PR), não compareceu.
Nos discursos, os políticos voltaram a atacar o PT e o promotor regional eleitoral, Renato Brill. ;Não vamos aceitar ataques dos vermelhos;, comentou Jaqueline Roriz, que pleiteia uma vaga na Câmara dos Deputados. A crítica de Abadia focou a campanha nacional. ;A Dilma (Rousseff) não é o Lula. Temos que votar em quem ama o Brasil;, disse a partidária do presidenciável José Serra (PSDB). Ao fim, Roriz instigou: ;Agora é que vamos ganhar em primeiro turno, não importa o que aquele promotorzinho de meia tigela;.
Terras paulistas
O candidato petista ao governo local, Agnelo Queiroz, passou a segunda-feira em São Paulo, onde visitou uma editora e participou de um almoço com a direção de uma empresa de comunicação. Hoje, o político recebe representantes da área de turismo no Distrito Federal para um café da manhã. Com agenda reduzida, Agnelo aproveita o tempo livre para estudar os temas do debate televisivo do qual participará na quinta-feira (leia mais abaixo).
Na manhã de ontem, o candidato Eduardo Brandão (PV) visitou o centro de tratamento para dependentes químicos Mata Meio Ambiente, em São Sebastião. O candidato ao governo conheceu o funcionamento da clínica de reabilitação e acompanhou a rotina dos 20 meninos que frequentam o local. ;Acho um absurdo o governo não investir em clínicas como essa. Hoje, elas funcionam somente com doações;, considerou Brandão.
1 - Análise de impugnação
Será retomado hoje o julgamento da ação de impugnação de Maria de Lourdes Abadia. Candidata ao Senado pelo PSDB, ela teve seu pedido de registro questionado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). No último dia 3, os integrantes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) decidiram abrir prazo para que Abadia apresentasse suas alegações finais. A impugnação foi proposta pelo MPE em razão de a tucana ter sido condenada, em 2006, por captação ilícita de sufrágio (compra de votos) ; ela foi multada em R$ 2 mil. A sessão começa às 15h.
Julgamentos de recursos
Estão previstos para a tarde de hoje os julgamentos dos Embargos de Declaração apresentados pelo candidato do PSC ao governo do DF, Joaquim Roriz, e pela candidata à 1; suplência de senadora pelo Democratas, Anna Christinna Kubitschek Pereira. O relator é o juiz Luciano Vasconcellos. Ambos os políticos tiveram suas candidaturas negadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) e usaram os embargos para se defender e esclarecer, nos autos dos respectivos pedidos de registro, omissões, contradições ou dúvidas apontadas pelo Ministério Público Eleitoral. A impugnação de Anna Christinna foi baseada na falta de prestação de contas em relação às últimas eleições. Roriz teve a candidatura contestada por haver renunciado ao cargo de senador para escapar de processo de quebra de decoro parlamentar já protocolado contra ele ; impedimento previsto na Lei da Ficha Limpa.
Colaborou Noelle Oliveira