postado em 10/08/2010 11:47
Com o objetivo de levar o acesso à educação e à cultura aos jovens que cumprem medidas socioeducativa no Distrito Federal, a Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) lançou o projeto "Incentivando a Leitura". De acordo com o coordenador administrativo da promotoria, Renato Barão, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que é direito do adolescente, mesmo recluso, receber escolarização, realizar atividades culturais e ter acesso aos meios de comunicação. No entanto, muitos jovens não têm aula, principalmente, aqueles que ficam provisoriamente internados.O projeto é uma iniciativa de Renato, juntamente com o setor psicossocial da Promotoria da Infância e da Juventude. Ele consiste na arrecadação de livros e revistas para os centros de internação do DF. O projeto existe desde julho e cerca de 400 obras já foram doadas. Segundo o coordenador, alguns jovens ficam até 23 horas dentro dos alojamentos sem acesso à educação e cultura. "Muitas revistas já estavam rasgadas, os jovens não tinham o que fazer. Eu entendo que a educação e cultura reduzem a criminalidade. Não quero dizer que pessoas com ensino completo, necessariamente, não pratique atos infracionais, mas acredito que faça com que diminua", explica.
Além do acesso à educação, Renato Barão aponta o excesso de tempo livre dos jovens como uma justificativa para prática de atos infracionais. "A ociosidade contribui para a prática de crimes. Quanto menor a ociosidade, menos acesso ao criminalidade", diz acreditar.
Mini bibliotecas
A ideia, segundo Renato Barão, é construir minibibliotecas nos centros de internação, onde os livros doados possam ser alocados. "Já conversamos com o Caje e pretendemos fazer as mini bibliotecas, onde o jovem assinará quando pegar e quando devolver para garantir que as obras não serão estragadas. Esse é um projeto a longo prazo", afirma.
Sobre os livros já arrecados, Renato informa que diferentes livros foram recebidos. "Recebemos livros de administração de empresas, atlas e até um alcorão. Achei interessante o fato de ser um livro sobre religião. Religião também é cultura", diz animado.
Para doar é preciso levar as obras até a sede da promotoria, localizada na 711/911 Norte Lote B ou entrar em contato pelo telefone 3348.9000."Qualquer tipo de obra é aceita, pode ser de literatura, ficção, não-ficção e didático", informa.