Jornal Correio Braziliense

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Campanha agitada para o Senado

Cinco dos 13 nomes ainda não tiveram a candidatura validada pela Justiça Eleitoral. Disputa pelas duas vagas a que o DF tem direito também é marcada por brigas internas

A exemplo do que vem ocorrendo na disputa para o Buriti, brigas internas e pedidos de impugnação de candidatura esquentam a campanha dos candidatos do DF ao Senado. Nas próximas eleições, o brasiliense terá que escolher dois dos 13 nomes que, até o momento, estão no páreo. A Justiça Eleitoral ainda não julgou a validade do registro de cinco concorrentes (veja quadro). Desta vez, os principais adversários ; Cristovam Buarque (PDT), Rodrigo Rollemberg (PSB), Maria de Lourdes Abadia (PSDB) e Alberto Fraga (DEM) ; são, ao mesmo tempo, colegas de coligação. Eles dizem buscar votos para a chapa, mas na hora da decisão o que valerá é a quantidade que cada um conseguiu angariar.

O ex-secretário de Transportes e deputado federal Alberto Fraga teve que encarar a rejeição de correligionários do candidato ao GDF Joaquim Roriz (PSC), que encabeça a aliança da qual o Democratas faz parte. Depois de ser vaiado em público, Fraga decidiu fazer voo solo na campanha para evitar outra cena constrangedora. ;Me senti desprestigiado e fragilizado, mas não quero o mal da coligação (Esperança Renovada). Continuo pedindo voto para o governador (Roriz) e a senadora (Abadia), mas prefiro continuar na minha;, afirmou.

Outro problema acoplado à candidatura de Fraga é a situação da suplente dele, Anna Christina Kubitschek, neta de JK. Ela foi impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por não prestar contas relativas à campanha eleitoral de 2006. Anna recorreu da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo com os obstáculos, Fraga se mostra confiante. ;Vou ganhar as eleições. Eu tenho currículo, mostro nas ruas o que fiz. Não vejo os outros candidatos como insuperáveis;, disse.

Depois de ser acusado de agressão sexual por uma sobrinha menor de idade, o suplente do candidato Rodrigo Rollemberg, Hélio José, pediu para sair da corrida ao Senado. A vaga dele ainda está em aberto, mas caberá ao Partido dos Trabalhadores escolher o novo nome. Na opinião de Rollemberg, o escândalo não afetou a imagem dele e tampouco o andamento da campanha, que é feita colada ao colega de coligação e adversário nas urnas, Cristovam Buarque. ;O assunto está encerrado, foi muito constrangedor, nunca quis personalizar essa questão;, afirmou Rollemberg, que é responsável por divulgar a denúncia ao PT.

Críticas
Ele e Cristovam são os nomes para o Senado da coligação Um novo caminho, encabeçada por Agnelo Queiroz (PT). A indicação de concorrentes de outros partidos foi criticada pela militância petista. ;O PT está abrindo mão de ter candidato ao Senado, mas em compensação vai eleger um governador e um presidente, graças ao apoio dos outros partidos que compõem a coligação;, explicou Rollemberg.

A polêmica aliança com o PMDB, que tem como maior representante o vice de Agnelo, Tadeu Filippelli, também não é malvista por Cristovam. Ele já declarou ao Correio que a presença do peemedebista é quase uma condição para viabilizar o petista ao GDF.

Quando foi governador, Cristovam teve oposição ferrenha de Filippelli na Câmara Legislativa. Hoje, sai nas ruas ao lado dele e ainda pede voto para Rollemberg. ;A ânsia da renovação que está existindo pode ajudar muito a eleição dos dois candidatos da coligação para o Senado. Além disso, é a primeira vez que tem possibilidade de reeleição de um senador do DF;, lembrou Cristovam, citando a sua situação.

Absolvida por quatro votos contra três, Maria de Lourdes Abadia não foi impugnada no TRE pela condenação de compra de voto na eleição passada. Mas o Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com recurso na última quinta-feira para que a ação de impugnação da candidata seja analisada pelo TSE. O procurador regional eleitoral do DF, Renato Brill, acredita que o caso se encaixa na Lei da Ficha Limpa.

O cenário instável dos concorrentes é visto com otimismo por um dos candidatos do PSol Chico Sant;anna. ;Há muitas candidaturas que ainda não estão indefinidas. Isso pode gerar uma mudança radical no cenário político. O eleitor ainda não sabe em quem vai votar;, disse. Já o concorrente Moacir Bueno (PV) acredita que a experiência adquirida ao longo de 26 anos de militância partidária contará pontos com o eleitor. ;Tenho 60 anos, uma longa experiência de vida, uma boa formação acadêmica e profissional;, disse.