Cidades

Varejo cresce 7,85% em julho

Período de férias escolares registrou avanço em relação ao mesmo mês de 2009. Empresários apostam agora nas festas de fim de ano

postado em 20/08/2010 08:08
Alan Marques Almeida, dono de uma loja de materiais de construção, acredita que no aquecimento do mercadoO comércio varejista do Distrito Federal vendeu em julho 7,85% a mais do que no mesmo período de 2009. O recuo em relação ao mês anterior, de 0,9%, era esperado por conta das férias escolares, que geralmente fazem o movimento cair. No ano, o índice acumula crescimento de 5,96%, segundo dados da pesquisa conjuntural(1) do Instituto Fecomércio divulgada ontem. Daqui para frente, os empresários do setor esperam engatar as vendas, já de olho nas festas de fim de ano.

Em julho, o segmento que apresentou maior recuperação frente a junho foi o de papelaria. Depois de cinco meses seguidos apresentando variação negativa, o faturamento médio das lojas cresceu 21,35%, devido, em grande parte, às compras para repor o material escolar. As vendas no segmento de material de construção, sustentadas pelo boom imobiliário, avançaram 9,57%. O segmento de autopeças e acessórios registrou o terceiro melhor desempenho: alta de 8,91%, depois de três meses de recuo.

A principal redução no faturamento ; 10,16% ; foi sentida pelo segmento de combustíveis e lubrificantes. No início deste mês, donos de postos reduziram os preços nas bombas e reconheceram que precisaram mexer na tabela na tentativa de reconquistar clientes. O litro da gasolina caiu até R$ 0,32 e o do álcool, R$ 0,22.

O presidente do Instituto Fecomércio, Miguel Setembrino, avalia que a queda nas vendas de combustíveis puxou o recuo de 0,9% no varejo. ;Em mês de férias, o movimento diminui nos postos naturalmente, mas esse percentual nos surpreendeu;, comenta. Os demais segmentos, acrescentou Setembrino, apresentaram desempenho dentro do esperado. ;O aumento significativo das vendas nas papelarias foi fundamental para elevar o índice na comparação com 2009.;

DívidasO supervisor comercial Gustavo Henrique de Souza, que trabalha em uma papelaria, destaca que o número de clientes cresceu, assim como as vendas
Em uma papelaria do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), o gasto médio dos clientes pulou de R$ 120, em junho, para R$ 210, em julho. Os itens mais vendidos foram cadernos, lápis e canetas. O número médio de consumidores por dia também aumentou: de 250 para 375. ;Foi bom, mas não como esperávamos;, pondera o supervisor comercial da loja, Gustavo Henrique de Souza. Para ele, muita gente ainda acumula dívidas do primeiro semestre, o que segurou o desempenho.

Alan Marques Almeida, proprietário de uma loja de materiais de construção no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), também acredita que poderia ter faturado mais em julho. ;Os atacadistas ;roubaram; muitos clientes nossos;, afirma. Ele reconhece, no entanto, que o mercado está aquecido.

De acordo com a pesquisa, a oferta de empregos pelo varejo do DF cresceu 2,51% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, a mão de obra ocupada saltou 7,27%. No ano, o índice acumula expansão de 3,12%. ;Muitos contratados para atuar temporariamente no Dia das Mães ou na Copa do Mundo acabaram sendo efetivados;, explica o presidente do Instituto Fecomércio.

Nas formas de pagamento analisadas ; excluindo o montante do segmento de revenda de veículos ;, o volume de vendas negociado em julho por meio de pagamento com cartões de débito e crédito correspondeu a 47,66% do total. A modalidade à vista (dinheiro e cheque) contribuiu com 33,70% das vendas. Já as operações a prazo (cheque pré-datado/carnês e boletos) responderam por 14,66%.

1 - Desempenho
Entre os dias 6 e 10 deste mês, foram consultados 403 empresários do varejo local de 16 segmentos. A pesquisa conjuntural é realizada mensalmente pelo Instituto Fecomércio, com o apoio do Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do DF (Sebrae-DF). O objetivo é identificar as variações sofridas pelo desempenho de vendas, nível de emprego e formas de pagamento. Os métodos de captação e consolidação dos dados estão alinhados com a metodologia da Confederação Nacional do Comércio. A pesquisa é realizada desde 1997.

O número
10,16%
Percentual da redução das vendas do segmento de combustíveis e lubrificantes em julho

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