Cidades

Integrantes de gangue de Samambaia são condenados a 159 anos de prisão

postado em 21/08/2010 07:07

Lucas Tolentino
Especial para o Correio

A mãe do jovem morto diz que o julgamento impediu que a impunidade prevalecesseDois integrantes de uma gangue de Samambaia foram condenados ontem a 159 anos de prisão por assassinar um morador da cidade. Lauiço Santos, 20 anos, terá de passar 84 anos na cadeia e Michael Silva, 18, cumprirá pena de 75 anos, ambos em regime fechado. A decisão foi proferida às 4h de ontem, pelo Tribunal do Júri de Samambaia, depois de mais de 20 horas de julgamento. A sentença caracteriza Lauiço e Michael como responsáveis pela morte do empacotador de supermercado Mardiney Lopes, à época com 18 anos, e pela tentativa de execução de outros seis jovens que estavam no local do crime.

A condenação foi dada por maioria absoluta. A juíza Gilsara Cardoso Barbosa Furtado ressaltou que os acusados têm antecedentes criminais graves, como roubo e homicídio. Eles e outros dois cúmplices faziam parte da gangue que matou Mardiney com dois tiros na cabeça, na Quadra 403 de Samambaia, em julho do ano passado. Os dois comparsas dos condenados também vão para o banco dos réus: Felipe Gonçalves Dias será julgado em separado, mas Valdeir Alves Brito está foragido. Além disso, Lauiço terá de voltar ao tribunal por conta da participação em outro homicídio.

Os seis jovens que escaparam dos disparos foram ouvidos durante a primeira etapa do julgamento, que começou às 9h de quinta-feira. Segundo o TJDFT, uma testemunha reconheceu os acusados, mas ambos negaram envolvimento com o crime. Além das autoridades judiciais, advogadas da Subsecretaria de Proteção às Vítimas de Violência (Pró-Vítima) atuaram como assistentes de acusação. ;Não vou ter o meu filho nunca mais. Mas ficou provado que Mardiney não era um menino de gangue e o resultado do julgamento impediu que a impunidade prevalecesse;, afirmou Francinilva Carvalho Lopes, 47 anos, mãe do jovem executado.

Por volta de 1h10 de 6 de julho de 2009, Mardiney conversava com seis amigos e o dono da lanchonete onde estavam, na Quadra 403, quando foram abordados por um grupo de quatro rapazes desconhecidos. Armados, os visitantes os obrigaram a deitar no chão. O empacotador levou dois tiros e morreu na hora. Outro rapaz também recebeu um tiro na coxa esquerda.

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