Pela primeira vez após as prisões, a diretora-adjunta da Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), Mabel Faria, falou sobre as investigações do assassinato do casal Villela ; o ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, 73 anos, e Maria Carvalho Mendes Villela, 69 ; e da empregada Francisca Nascimento da Silva, 58. De acordo com a delegada, a hipótese de que Adriana Vilella é a mandante e executora do crime não está descartada.
A investigação, segundo a delegada, está bastante adiantada e há provas materiais e testemunhais que solucionam o caso, mas a diretora-adjunta da Corvida não quis dar detalhes. Mabel Faria negou ainda a fragilidade das investigações e afirmou que a resolução do crime está caminhando bem.
Os cinco acusados de atrapalhar as investigações foram indiciados. Adriana Villela, a paranormal Rosa Maria e seu marido, João Tocchetto, foram enquadrados por denunciação caluniosa. O policial civil José Augusto Alves responderá por fraude processual e Guiomar Barbosa da Cunha, ex-empregada da família, será denunciada à Justiça por denunciação caluniosa.
Habeas corpus
O desembargador Romão Cícero, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, concedeu na noite desta sexta-feira (20/8) habeas corpus para Guiomar Barbosa da Cunha, ex-empregada do casal José Guilherme e Maria Carvalho Mendes Villela, assassinado em 28 de agosto de 2009. Ela estava presa sob acusação de obstruir as investigações do crime.
A decisão judicial segue o argumento utilizado para a soltura do policial da Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco) José Augusto Alves, na quinta-feira (19/8). A Justiça considerou que Alves não é acusado de participação direta no assassinato, mas de fraude processual, o que não justificaria a prisão temporária.
Também na sexta-feira, Adriana Villela recebeu a visita de parentes na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, localizada no Gama. Mesmo não sendo dia de visitação, a filha da principal suspeita do triplo homicídio da 113 Sul, Carolina Villela, o irmão de Adriana, Augusto Villela, a tia Célia Mendes e um primo, o juiz Marcus Mendes, conseguiram autorização para entrar no local.
OAB no caso
A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional DF (OAB-DF), vai votar em 2 de setembro se pedirá ao governo local que solicite apoio à Polícia Federal para entrar nas investigações do crime que tirou a vida do casal Villela e da empregada da família. O assunto já teria sido tratado com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e com o advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams.
Também serão analisadas na reunião do Conselho do Pleno as denúncias de Cláudio José de Azevedo Brandão e de Alex Peterson Soares. Eles teriam sido torturados por agentes da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) para confessarem a participação no triplo homicídio. Entrará ainda na pauta de discussões o pedido de intervenção feito pelo advogado de defesa de Adriana Villela, contido no Memorial dos filhos de José Guilherme Villela e Maria Carvalho Mendes Villela. No documento, entregue à Ordem em junho, eles reclamam de falhas do trabalho de apuração.
Ouça trechos da entrevista coletiva da delegada Mabel Faria