Jornal Correio Braziliense

Cidades

Confusão no salão de beleza

Um sábado como outro qualquer. O salão estava cheio. Escova, sobrancelha, pé, mão, chapinha, chazinho, revista de fofoca e mulheres, uma porção delas. Eis que surge um escândalo. ;Parem os secadores;, gritou a dona do Arte da Beleza, na 111 Norte. ;Sumiu a argola de brilhantes de uma cliente;, informou a cabeleireira. E decretou: ;A partir de agora, ninguém sai e ninguém entra no salão;. Estava armado o barraco.

Mulheres meio produzidas, com a cabeça tomada de papelotes de tintura, o pé pintado e a mão por fazer, metade do cabelo liso e a outra metade como veio ao mundo. Todo o penoso processo de embelezamento interrompido pelo bafafá do suposto roubo. Chão varrido, estofado revirado, banheiros conferidos e nada das argolas de brilhante reclamadas por uma advogada ; ela sim já estava devidamente penteada e preparava-se para sair quando deu falta dos brincos, avaliados em R$ 4 mil.

Sem sucesso na busca, a polícia foi acionada. ;Mulheres de um lado e homens de outro;, ordenou a PM, que conduzia o caso. Entre a clientela, havia só dois representantes do gênero masculino e um sem número de mulheres. Ao notar o pequeno quorum de homens, a policial mudou o comando: ;Funcionárias de um lado e clientes do outro;. Todas as senhoras foram revistadas. Bolsos, bolsas, sacolas e roupas.

Ao lado da fila indiana, a advogada relatava a ;tragédia; a familiares pelo celular. Quis levar a manicure que a atendeu até a delegacia e disse ter visto ela tirando as joias da orelha e guardando na bolsa. Mas foi alertada pela PM de que a profissional só iria à 2; DP se quisesse. Depois da revista geral, nada de brincos e muito constrangimento. A advogada ligou para a dona do salão e pediu desculpas pelo episódio. Não deu notícias se encontrou as tais argolas ;com um brilhantinho na ponta, sabe como é?;. Algumas clientes acharam o ambiente muito pesado para um sábado de manhã num salão de beleza.