Cidades

Relatório da PF qualifica Arruda e aliados como integrantes de organização criminosa

postado em 24/08/2010 13:14
O relatório da Polícia Federal sobre a Operação Caixa de Pandora aponta o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) como chefe de uma organização criminosa responsável pelo esquema de corrupção que envolveu o alto escalão do Governo do Distrito Federal. Parte do relatório, divulgado pelo jornal ;O Estado de São Paulo;, enquadra Arruda e seus aliados nos crimes "formação de quadrilha" e "corrupção passiva".

Segundo a reportagem, o documento destaca que "José Roberto Arruda encabeçava uma organização criminosa voltada à captação de dinheiro bancado por empresas contratadas". A reportagem do correiobraziliense.com.br entrou em contato com a Polícia Federal, mas a instituição não confirma nem desmente o conteúdo do documento divulgado pelo ;Estadão;. Apesar disso, a assessoria de imprensa garante que o relatório em questão não vazou pela PF.

[SAIBAMAIS]O inquérito com a análise de depoimentos e documentos recolhidos foi concluído na última semana. O material, agora, está no Ministério Público Federal (MPF), mas não há prazo para a subprocuradora, Raquel Dodge, terminar sua análise. Ela pode pedir mais alguma investigação sobre o caso antes de entrar com ação penal contra pessoas que se beneficiaram e promoveram um dos maiores esquemas de corrupção do país.

A reportagem do Correio entrou em contato, também, com a Procuradoria-Geral da República (PGR) mas, assim como a PF, a instituição destaca não saber detalhes do relatório e que não pode, portanto, confirmar seu conteúdo. Segundo a assessoria de imprensa, a subprocuradora responsável pelo inquérito ainda não terminou sua análise e, somente após isso, poderia haver uma divulgação do documento.

Entenda a Operação
Com a operação Caixa de Pandora, deflagrada em 27 de novembro de 2009, pela Polícia Federal, veio à tona o maior escândalo política que Brasília já viveu. A ação investigou um suposto esquema de distribuição de recursos ilegais à base aliada do Governo do Distrito Federal, na época chefiado pelo governador cassado José Roberto Arruda.

O delator do suposto esquema de corrupção, o ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, entregou à PF vídeos em que membros do governo, à ápoca, aparecem recebendo propina. Ele aceitou colaborar em troca de uma punição mais branda em outro caso de corrupção, revelado pela Operação Megabyte, ainda na gestão de Joaquim Roriz. Barbosa gravou cerca de 23 vídeos.

Raquel Dodge já ajuizou duas denúncias contra o governador cassado, José Roberto Arruda. Em uma delas, o ex-governador e outras cinco pessoas são acusados de tantar comprar uma testemunha, o jornalista Edson Sombra. O crime culminou na prisão preventiva que manteve Arruda na encarcerado por dois meses ; entre fevereiro e abril. Ele também foi denunciado por falsificação de documento. A ação se refere aos recibos que atestariam recebimento de dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa como doação para compra de panetones para pessoas carentes.

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