postado em 26/08/2010 07:30
Com o quarto recuo consecutivo em julho, a taxa de desemprego no Distrito Federal atingiu 13,7%, o menor índice desde dezembro de 1994, quando o percentual ficou em 13,2%. Para os meses de julho, o desempenho é o melhor da série histórica da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), iniciada em 1992. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Secretaria de Trabalho divulgaram ontem os números. Um dos destaques registrados pelo relatório foi o recuo de 8,1% no número de empregados domésticos nos últimos 12 meses: de 103 mil para 94 mil. ;Esse é um fenômeno que demonstra a ascensão social da população;, destaca Tiago Oliveira, economista do Dieese e um dos responsáveis pela pesquisa.A criação de 7 mil postos de trabalho ; número superior ao avanço da população economicamente ativa (veja quadro) ; tirou cerca de 4 mil moradores do DF do contingente de desempregados, estimado em 193 mil pessoas. Na comparação com o mês anterior, os setores da indústria (4,1%), da administração pública (1,6%) e de serviços (1,5%) foram os que mais abriram vagas. Em contrapartida, o comércio (-1,6%), a construção civil (-1,5%) e outros segmentos (-3,5%) reduziram a oferta de trabalho.
O número de trabalhadores assalariados cresceu nos setores privado (2,9%) e público (1,9%). O total de autônomos caiu 6,7%. ;Muitos desses conseguiram empregos com carteira assinada. Há uma forte tendência de empregabilidade formal;, observa o secretário adjunto de Trabalho, Gustavo Brum. O universo de pessoas formalmente contratadas avançou 2,3% em julho.
A queda de 0,6% no rendimento médio real dos ocupados é avaliada pela Secretaria de Trabalho como resultado da expansão do emprego. Caiu de R$ 1.913, em maio, para R$ 1.901, em junho (a PED sempre leva em conta os salários do mês anterior). ;Para contratar mais gente, o mercado pulveriza os salários. Isso é natural. Mas, nos últimos oito anos, esse valor cresceu 22%;, pondera Brum. O DF possui o maior rendimento médio entre as sete regiões metropolitanas analisadas pelo Dieese. O secretário de Trabalho do DF, Takani Nascimento, diz que até dezembro o índice de desemprego deve recuar ainda mais.
Tempo médio caiu
Em julho, o tempo médio de procura por emprego caiu de 57 para 47 semanas. Há 15 dias, Diassis Rodrigues, 20 anos, conseguiu uma vaga para trabalhar em uma lanchonete no Setor Comercial Sul. Estava desempregado desde que chegou a Brasília vindo do interior do Ceará, há quase um ano. ;Agora quero pegar experiência para procurar algo melhor;, conta o jovem, morador do Itapoã, que vai receber R$ 510 por mês. ;Dá para pagar as despesas de casa e ajudar a família;, completa.