Ana Maria Campos
postado em 31/08/2010 07:00
Os procuradores regionais da República Ronaldo Albo e Alexandre Espinosa Bravo Barbosa foram designados na semana passada para apurar oficialmente as denúncias do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa na Operação Caixa de Pandora contra o ex-procurador-geral de Justiça do DF Leonardo Bandarra. Até então, apenas a promotora de Justiça Deborah Guerner, do Ministério Público do DF, era investigada na esfera criminal. Os dois também são alvo de processo administrativo disciplinar aberto pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP(1)) para apurar as suspeitas de ter cometido falta funcional.Com o procedimento na Procuradoria Regional da República, Bandarra passa a figurar na mesma situação que Deborah, que está sendo formalmente investigada por corrupção. O ex-procurador-geral de Justiça sempre sustentou ser vítima de uma ação orquestrada por Durval Barbosa para denegrir sua imagem pessoal e a do Ministério Público do Distrito Federal, órgão responsável por todas as investigações e ações que colocaram o ex-secretário de Relações Institucionais e ex-presidente da Codeplan na berlinda. Agora, formalmente investigado, Leonardo Bandarra terá de se explicar ao próprio Ministério Público.
Antes de instaurar o procedimento, os procuradores obtiveram o aval do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Bandarra só passou a ser alvo de investigação quando deixou a chefia do Ministério Público do DF, função que exerceu (2) até o início de julho. Como procurador-geral de Justiça, ele tinha foro no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
1 - Indícios
No CNMP, uma comissão formada pelos promotores Fabrício José da Fonseca, do Ministério Público de Minas Gerais, a procuradora do Trabalho Ana Cláudia Nascimento Gomes e o procurador da República Marcello Paranhos analisa dados levantados pela corregedora-geral do Ministério Público do DF, Lenir de Azevedo, que apontou em relatório indícios fortes de falta funcional contra Deborah e Bandarra
2 - Antigo posto
Desde que deixou o cargo de chefe do Ministério Público do DF, Leonardo Bandarra reassumiu uma das Promotorias Criminais, área em que atuou antes de ser nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de procurador-geral de Justiça e de presidir a Associação do MPDFT, entidade que representa os interesses de promotores e procuradores de Justiça do DF