Cidades

Escola lança campanha para se tornar patrimônio imaterial de Brasília

postado em 31/08/2010 18:53
Integrantes da Associação Pró-Educação Vivendo e Aprendendo iniciaram, nesta terça-feira (31/08), uma campanha para tornar a escola patrimônio imaterial de Brasília. A mobilização se deve ao risco interdição da escola, referência de gestão democrárica da educação na capital há 28 anos. Com alvará de funcionamento vencido e um problema fundiário do terreno que ocupa na quadra 604 da via L3 Norte, a instituição recebeu um auto de interdição da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) e corre o risco de paralisar as atividades.

Após conseguir, por meio de liminar, a suspensão do auto de interdição, cerca de 100 pais e funcionários se reuniram nesta tarde na Câmara Legislativa do DF para apresentar a proposta de se tornar patrimônio e buscar uma solução para a regularização do terreno. "A associação é um patrimônio da cidade. Não temos fins lucrativos. São os pais, professores e as crianças que controem a escola", explica Carolina Velho, coordenadora pedagógica da Vivendo.

O grupo apresentou aos deputados distritais por que a instituição merece ser patrimônio imaterial. "Não é uma escola conteudista. Na Vivendo, as crianças desenvolvem criatividade, solidariedade, respeito e autonomia. Isso não é concretamente palpável, mas é vivido cotidianamente. Somos diferentes porque pensamos em infância", explica Carolina.

A instituição abriga atualmente 126 crianças, com idade entre 2 e 6 anos. Em vez de um diretor, um colegiado composta por professores, funcionários e pais de alunosé eleito para dirigir o centro de ensino. Além de pagar uma mensalidade, chamada de taxa associativa no valor de R$ 630, os pais são convidados a se envolver em atividades para manter a escola.

Desse dinheiro, 89% via para pagamento da folha de funcionários, segundo a coordenadora. O restante se destina ao pagamento de luz, água e telefone. Para pagar o 13; salário, férias e fazer reparos na escolas, a associação promove dois eventos por ano, uma em maio e outra em setembro. A Festa da Vivendo já é tradição na cidade.

Pai de um dos alunos, o ministro da Cultura Juca Ferreira era um dos integrantes da comissão que esteve na CLDF. "Vim reforçar a demanda dos professores. Se tiver que fazer a transferência, que seja de uma maneira que a escola não fique prejudacada", diz Ferreira.

Segundo o diretor de fiscalização de atividades econômicas da Agefis, Cláudio Caixeta, a autuação da escola faz parte do cronograma de fiscalização dos 11.500 alvarás revogados em todo o DF. Além da falta da documentação, a escola ocupa uma área pública. Até o julgamento do mérito da ação, a Vivendo funciona normalmente.

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