Cidades

Polícia vai comparar impressões digitais colhidas em apartamento da 113 Sul

postado em 01/09/2010 07:00
A Polícia Civil do Distrito Federal voltou ontem à noite ao apartamento dos Villela, na 113 Sul. Uma equipe de policiais e peritos, acompanhada pelo titular da Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), Luiz Julião Ribeiro, e pela delegada que comanda a apuração do caso, Mabel de Faria, foi colher novas impressões digitais. Há um ano, foram assassinados no imóvel, com 73 facadas, o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; sua mulher, a também advogada Maria Carvalho Mendes Villela, e a principal empregada da família, Francisca Nascimento da Silva.



Os peritos colheram as impressões digitais deixadas no local há três dias pela filha do casal, a arquiteta Adriana Villela, que está presa há duas semanas acusada de atrapalhar as investigações sobre o triplo homicídio ; ela também é apontada pela Corvida como suspeita de envolvimento nas mortes. Adriana foi levada pela polícia ao apartamento na noite do último sábado, por volta das 19h, mesmo horário do crime ocorrido em 28 de agosto do ano passado ; em tese, as condições climáticas seriam as mesmas registradas no dia das mortes, o que permitiria uma comparação dos materiais colhidos no local. Ontem, completou-se um ano da descoberta dos corpos, encontrados três dias depois após as mortes. Foi justamente em 31 de agosto de 2009 que peritos da polícia colheram diferentes digitais no local, inclusive, algumas pertencentes à filha do casal morto.

O objetivo da perícia é verificar em que condições as impressões marcadas no último sábado estão três dias depois ; mesmo lapso de tempo entre o triplo homicídio e as primeiras perícias realizadas na cena do crime. ;Por enquanto, estamos fazendo ensaios;, limitou-se a dizer o delegado Julião Ribeiro, quando deixou o apartamento da 113 Sul, por volta das 21h40. Além dele e de Mabel de Faria, estiveram na 113 Sul ontem à noite três peritos do Instituto de Identificação da Polícia Civil e quatro policiais da Corvida.

Villela colhidas no apartamento no ano passado eram recentes, o que poderia ajudar a provar que ela estivera no local no fim de agosto. As perícias realizadas anteriormente identificaram digitais dela no closet onde estavam guardados o dinheiro e as joias roubadas pelos assassinos. Os advogados da arquiteta sustentam ser normal o fato de haver digitais da filha do casal no imóvel, mas a polícia afirma que ela pouco frequentava o local. Procurado ontem à noite, o advogado Rodrigo de Alencastro, que defende Adriana, preferiu não se manifestar sobre as novas perícias. Ele disse apenas aguardar o resultado dos exames (leia texto ao lado).

De acordo com o presidente da Associação Brasiliense de Peritos em Criminalística, Gustavo de Carvalho Dalton, esse tipo de análise é subjetiva. ;Para o sucesso dessa análise, vai depender de como estava o imóvel na época dos assassinatos. Se as portas e janelas estavam fechadas, enfim, se o clima era realmente o mesmo (que o registrado neste ano). Somente assim será possível comparar o desgaste (das digitais colhidas no ano passado e dos testes realizados agora);, afirmou.

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