postado em 01/09/2010 07:00
Passados quatro dias da queda da pequena Milenna de Moura Barbosa, 2 anos, do sexto andar do Bloco K da Quadra 504 do Sudoeste, a babá que estava com ela ainda sofre com as lembranças do trágico acidente. A família pretende buscar auxílio psicológico nos próximos dias para ajudá-la a lidar com o trauma. ;Ela só chora e não está em condições de conversar. Estamos dando todo o apoio a ela e rezamos para que a Milenna fique boa logo;, afirmou ao Correio Jhonatan Tavares, 18 anos, namorado da jovem. ;Sabemos que ela não tem culpa alguma. Aconteceu com ela, mas poderia ter acontecido com qualquer um de nós;, completou.Até a tarde de ontem, o estado de saúde da criança permanecia inalterado. No último sábado, Milenna caiu da única janela sem tela de proteção do apartamento onde mora com os pais e uma irmã, no Sudoeste. Em estado grave, ela foi levada pelos bombeiros para o Hospital de Base de Brasília e, no mesmo dia, acabou transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Santa Lúcia. Desde então, ela respira com ajuda de aparelhos. Os médicos que a acompanham não deram previsão de quando a menina receberá alta. ;O quadro está evoluindo bem. Todo mundo está muito ansioso para que ela se recupere e saia dessa;, disse o tio, o advogado Walter Xavier.
Milenna é a filha mais nova do casal de servidores públicos Ruy Barbosa da Silva e Alice Ramos Moura. A pequena tem também uma irmã de oito anos, mas estava apenas com a babá no dia do acidente, quando caiu da janela do escritório no momento em que a babá saiu do apartamento para colocar o lixo em um contêiner no corredor. A empregada relatou à polícia que quando voltou, a porta estava trancada. Ela disse ainda ter pedido à menina que abrisse, mas a criança respondeu que não conseguia. Minutos depois, o apartamento foi tomado pelo silêncio. Desesperada, a babá pediu ajuda dos vizinhos, que arrombaram a porta, mas não encontraram Milenna no apartamento. Em seguida, o porteiro interfonou no apartamento e avisou que a garota havia caído.
Depoimento
O caso foi registrado na 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro). Até agora, porteiros, vizinhos e a babá já foram ouvidos. O delegado-chefe Aluízio Gonçalves de Carvalho aguarda apenas o depoimento dos pais de Milenna. Ele espera que o casal possa detalhar a rotina da filha no apartamento e contar se ela costumava brincar no escritório. Aluízio também aguarda o resultado da perícia feita no local. O laudo deve apontar como a menina teve acesso à janela e de que forma ela caiu . ;O depoimento dos pais é muito importante;, destacou o delegado. Por enquanto, a babá não deve ser ouvida novamente. Até o momento, o titular da 3; DP encara a queda da criança como uma fatalidade.
Milenna despencou de uma altura de 20 metros. Em queda, a vítima pode atingir quase duas toneladas de peso, o que equivale a dois carros populares. A menina caiu sobre um local revestido por pedras e areia, o que pode ter ajudado a amortecer. O porteiro Cleyton Santana Oliveira, 25 anos, lembra que ouviu o barulho da criança despencando no chão. ;Como o prédio está em reforma, pensei que fosse algum objeto que tinha caído do último andar;, relembra. Quando o porteiro foi verificar a causa do barulho, se deparou com a criança estendida n o chão. ;Ela estava desmaiada e com sangue na perna. Vi o desespero da mãe e da babá. Foi muito triste, mas tenho certeza de que ela vai ficar bem.; Cerca de meia hora antes do acidente, Milenna estava brincando com um carrinho embaixo do prédio e depois teria ido para o parquinho acompanhada da babá.