Adriana Bernardes
postado em 02/09/2010 07:00
A liberdade de Adriana Villela, 46 anos, está nas mãos dos desembargadores da Primeira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Às 13h30 de hoje, eles se reúnem para decidir se a arquiteta deixará a prisão ou se continuará no Presídio Feminino do DF, no Gama. Ela está detida temporariamente desde 16 de agosto sob a acusação de atrapalhar as investigações dos assassinatos dos pais, José Guilherme e Maria Villela, e da empregada do casal Francisca Nascimento da Silva.Conforme adiantou o Correio, o parecer do Ministério Público é contrário à soltura de Adriana Villela. Na sessão de hoje, o desembargador Romão Cícero ; relator do processo ;, o presidente da Turma, desembargador George Lopes Leite, e a juíza Leila Arlanch, da 4; Vara de Família ; convocada para a sessão, apreciarão o mérito do pedido de habeas corpus (HC). A desembargadora Sandra de Santis também estará presente, mas só votará caso um dos anteriores precisar se ausentar. O representante do MP será o promotor Maurício Miranda, do Tribunal do Júri, que ocupa temporariamente a de Justiça Criminal Especializada.
Em geral, a sessão começa com a leitura do relatório pelo desembargador Romão Cícero. Mas é comum que os advogados de defesa dispensem esse rito passando logo para a fase de sustentação oral, quando têm 15 minutos para argumentar por que Adriana Villela deveria ser solta. Em seguida, começa a votação do mérito do HC. A imprensa pode assistir à sessão, mas não está autorizada a fazer imagens. O advogado Rodrigo de Alencastro, que integra a defesa de Adriana, foi procurado, mas não atendeu as ligações. O julgamento deveria ter ocorrido na quinta-feira passada, mas acabou adiado porque o MP não havia se entregue o parecer.
Intervenção
À noite, o caso deverá ser novamente discutido, dessa vez pelo Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Distrito Federal (OAB-DF). A partir das 18h30, os conselheiros vão decidir sobre o pedido de intervenção feito pela defesa de Adriana Villela. No documento Memorial dos filhos de José Guilherme Villela e Maria Carvalho Mendes Villela, os advogados apontam falhas da investigação. Citam exemplos de depoimentos contraditórios ; fato que teria sido ignorado pela polícia ; e sustentam que a polícia elegeu a arquiteta como suspeita do crime da 113 Sul para, só depois, encontrar provas que a incriminassem. O pedido de intervenção foi protocolado na OAB-DF em 16 de junho, exatamente dois meses antes de Adriana Villela ser presa.
O Conselho do Pleno é formado por 58 advogados. A reportagem tentou falar com o relator do pedido de intervenção, o conselheiro Eduardo Toledo, porém ele não atendeu as ligações nem retornou os recados deixados em sua caixa postal. A assessoria de imprensa da OAB não soube informar qual o quorum para a votação por se tratar de assunto externo. Ainda de acordo com a assessoria, Toledo dará uma coletiva após a sessão.
Em reunião na noite de terça-feira, o Instituto dos Advogados do Distrito Federal decidiu esperar a conclusão do inquérito para deliberar sobre o assunto. Segundo o advogado Raul Livino, designado para acompanhar os trabalhos de investigação, o caso deve ser encerrado em 20 dias, conforme previsão da Coordenação de Investigação de Crimes contra a Vida (Corvida). Na última terça-feira, os delegados Luiz Julião e Mabel Faria voltaram ao apartamento dos Villela para nova perícia e coleta de impressões digitais.