Os servidorres terceirizados do Centro De Integração dos Adolescentes da Granja das Oliveiras (Ciago) paralisaram as atividades na manhã desta sexta-feira (10/9). Segundo eles, o motivo é a falta de contrato e os salários atrasados. Cerca de 40 terceirizados estão do lado de fora da unidade e nove continuam trabalhando. Mais cedo, houve a informação de que os adolescentes estariam queimando colchões e dois deles teriam fugido. Entretanto, a notícia é negada pela a assessoria da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus).
Segundo os funcionários, o grupo está há 30 dias sem contrato e não recebe o salário desde agosto. De acordo com eles, os internos sabem da situação de insegurança e passaram a provocá-los. Os funcionários afirmam ainda que nesta sexta dois rapazes fugiram. Um deles teria sido pego e o outro teria corrido em direção a um matagal próximo ao Centro de Orientação Socioeducativa (Cose).
Funcionário do Ciago há quatro anos, Edimar Coelho lamenta a situação dos terceirizados. "Estamos numa área à dervia e o barco está afundando", disse. Os terceirizados reclamam da insegurança e afirmam que sofrem ameaças de morte, além de receber um terço do salário de um servidor e trabalhar mais. Segundo eles, os funcionários que não aderiram à paralisação assinaram um novo contrato, referente aos últimos 30 dias e podem ser estendidos até 180 dias. "Com essa incerteza não podemos nem fazer o pedido de seguro desemprego", lamentou o funcionário.
De acordo com o subsecretário da Sejus, Ricardo Batista, os concursados já foram convocados e têm 30 dias para tomar posse. "Os terceirizados que quiserem podem ficar para acompanhar a transição, mas o contrato é temporário", disse. Segundo ele, a unidade está sob controle. "Temos servidores suficientes. Se eles (terceirizados) não vierem trabalhar no próximo expediente, chamaremos servidores de outras unidades", avisou.
Conflitos
Nesta sexta-feira (10/9) os adolescentes não tiveram aula. Apesar da paralisação, Ricardo garantiu que as visitas do fim de semana não serão prejudicadas. Segundo ele, a tentativa de fuga é natural em razão das características da unidade. "A queima de colchões não procede, mas os conflitos internos entre os meninos existem e são naturais", afirmou.
Em relação aos contratos, Ricardo disse que há um processo para que fiquem prontos e os salários atrasados serão depositados na segunda-feira (13/9).
Segundo o subsecretário, o problema deixou de ser trabalhista para virar situação de segurança pública. Entretanto, nada tem a ver com o Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), que corre o risco de fechar em 30 dias