postado em 15/09/2010 10:54
Os servidores da saúde prisional do Distrito Federal cruzaram os braços na manhã desta quarta-feira (15/9). Cerca de 50 pessoas estão em frente ao Complexo da Papuda, desde 7h, para reivindicar melhores condições de trabalho e resolução do desfalque na equipe.De acordo com o assistente social, Lenilton de Sousa Martins, 32 anos, desde a semana passada, a classe conversa com a Secretaria de Saúde do DF para que seja tomada uma atitude. "Eles já falaram claramente que a saúde prisional não é prioridade, por estar afastada da sociedade", conta.
Ainda segundo o assistente, a equipe, formada por cerca de 60 profissionais, atende 7 mil presos, no total. "Eu sou o único assistente social daqui (Distrito Federal). Existem apenas dois médicos e um psiquiátra". Queremos que, pelo menos, chamem as pessoas que já fizeram concurso para cá. A maioria é mandada para hospitais", reclama.
Os contratos, estatutários e temporários, são firmados entre a Secretaria de Segurança Pública e a de Saúde. "Até servidores temporários paralisaram hoje". A categoria ficará em greve hoje e nesta quinta (16/9). Caso a secretaria não assuma uma posição, haverá uma reunião para decisões futuras.
No entanto, segundo o subsecretário de Saúde, Berardo Augusto Nunan, o anúncio da paralisação foi feito na terça-feira (14/9) à Secretaria. Ele afirma que a gerente dos servidores prisionais até pediu que eles não entrassem em greve, antes de conversarem com o órgão. "Assumi o cargo há 30 dias, as reivindicações não passaram por mim. Estou aqui para ouvi-los e mostrar o que a gente está fazendo para melhor atendê-los", explica.
De acordo com Berardo, na próxima segunda-feira (20/9), serão nomeados cerca de 100 profissionais de diversas áreas da Saúde. "Serão disponibilizadas as vagas nos presídios. Mas estamos tendo dificuldade. Não é um lugar muito atraente para os profissionais", esclare o subsecretário. A ideia é expandir o número de equipes de saúde nos presídios. "A gente tem o compromisso de montar dez equipes no serviço prisional, com cerca de 80 profissionais. A média é que cada equipe atenda, em média, 50 presos", afirma Berardo.
Outra dificuldade apontada por Berardo Nunan é a remuneração. "Eles recebem menos que os profissionais locados em outras unidades. Mas já encaminhamos ao governador um pedido para encaminhar à Câmara Legislativa do Distrito Federal uma lei para mudar a gratificação", explica.
Estrutura Física
Em relação as condições físicas de trabalho, o subsecretário informa que a responsabilidade é da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Mesmo assim, ele afirma que a Secretaria de Saúde já viabilizou recursos e um projeto de adequação do espaço dedicado aos servidores prisionais, que já fio encaminhado à Procuradoria do DF no começo deste ano.